PS com maioria absoluta

Escrevo numa altura em que é sabido que o PS ganhou as eleições com maioria absoluta: 45,05% dos votos expressos, mais décima, menos décima!
A abstenção diminuiu mais de 2,6%, o que é sempre de saudar!
Os votos em branco (mais de 103.500) e os votos nulos (mais de 63.700) também aumentaram consideravelmente, o que não deixa de ser interessante de analisar! Espero que os especialistas se debrucem sobre estes dados, pois chegam a ser impressionantes! São mais votos do que os do PCTP/MRPP, do PND, do PH, do PNR, do POUS e do PDA todos juntos!

Antes, tudo isto significaria que o próximo Governo, sustentado por uma maioria na Assembleia da República, iria governar por 4 anos. Hoje não sei se poderei ter essa certeza, recordando "a saída" de Guterres em 2002 e a convocação de eleições antecipadas "imposta" por Sampaio, apesar de haver uma maioria na Assembleia da República de dois partidos coligados, em 2004.
A nossa democracia já entrou num estado de certa maturidade... mas nunca entendi bem a razão de essa convocação, a ter de haver, não ter acontecido imediatamente após a saída de Durão Barroso para a Comissão Europeia! Ou melhor, até percebi, ou pelo menos tenho duas ou três teorias sobre o assunto, mas que ficam só para mim!

Estou muito curioso para saber a constituição do próximo Governo, já que do Programa Eleitoral do PS pouco ou nada conheço. E a verdade é que o PS pouco falou dele, tal como a generalidade dos outros partidos. Ou então fui eu que não ouvi nada!
Mas desconfio que poucos dos 2.573.302 (até agora) eleitores que votaram no PS o tenham lido. Aliás, acho que quase ninguém lê, verdade? :)

A ideia dominante da noite é que parece que era importante "acabar com o governo de Santana/Portas".
Pronto! Acabou-se! Os partidos de direita saíram do Governo, perderam votos e mandatos, todos os partidos de esquerda aumentaram o número de votos e mandatos, o PS pediu uma maioria absoluta, vários "notáveis" pediram o mesmo, a comunicação social passou bem essa ideia, o Mário Soares até no próprio dia das eleições falou em "maioria absoluta" (e parece que pode ter de pagar uma multa que pode ir de 0,50 € até 5 €, por ter desrespeitado a lei) e o povo português fez-lhes a vontade. Bem, acho que vamos entrar assim numa espécie de "paraíso"! :)

E ainda bem que o PS vai governar em maioria absoluta, direi eu... pois não haverá "desculpas" para não marcarem a diferença com a política de direita que tanto criticaram, para não fazerem o que querem e não conseguirem os objectivos a que se propõem. Nem perderão tempo e energias com acordos pós-eleitorais, com cedências "aqui e ali", com Orçamento de Estado "Limianos", etc!
José Sócrates criticou abertamente o recurso às "desculpas", à "vitimização", pelo que não o estou a imaginar com esse tipo de discurso. Apenas consigo conceber o próximo Governo a governar a 100%, a "todo o vapor", pondo em prática as políticas que os portugueses saufragaram e que eu já admiti que desconheço.

Mas, voltando à minha curiosidade, a maior delas consiste em conhecer os nomes dos ministros das áreas econónimas e financeiras e, obviamente, do Ministro da Educação.
Por falar em "Educação": em Coimbra, onde o PS também venceu, verifico que o meu amigo (se assim posso dizer) Mário Nogueira, do PCP/PEV, apesar de ter aumentado o número de votos em relação a 2002, não conseguiu ser eleito! Bom esforço, Mário!
E falo do Mário porque tenho a certeza que, se fosse eleito, os professores de todo o país e não só de Coimbra, teriam um "aliado" e um "lutador" de peso, na Assembleia da República!

Outra curiosidade reside em ver a que vai corresponder, em termos de acção na Assembleia e não só, o espectacular aumento de deputados do Bloco de Esquerda... e se o BE irá continuar a crescer ou se assistiremos a um fenónemo parecido ao que aconteceu com o PRD.

Que Deus me dê vida, porque melhor saúde, educação, economia... todos vamos ter! Dizem... :)