Mais do mesmo

Mais do mesmo... mesmo do que é demais! Há 16 anos... maisdomesmo.np@gmail.com

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Vou explicar como se a Ministra fosse muito burra!

Depois de 120 mil professores/educadores nas ruas de Lisboa, a Ministra da Educação, cínica e sibilina, fez afirmações demasiado absurdas (e mentirosas) para as deixar passar sem resposta, digamos assim.

Pensei um pouco e tentei arranjar uma maneira de explicar à sr.ª Maria de Lurdes Rodrigues que, por exemplo, não é verdade que os professores não queiram ser avaliados, como fez questão de afirmar de novo.

Ora vamos lá ver se a sr.ª entende de uma vez por todas:

imagine que acorda, num belo sábado (por exemplo, num 8 de Novembro de 2008), um pouco mal-disposta e muito desgrenhada. Vá lá... não é assim muito difícil de imaginar, pois não?

Continue a imaginar que se olha ao espelho e que resolve, num segundo, que tem de ir à sua cabeleireira nessa mesma manhã, para cortar um pouco o cabelo e fazer uma madeixas... para aumentar a sua auto-estima e se sentir ainda mais bela e sedutora. E assim faz!

Mas imagine que o salão da sua amiga Cacilda está fechado (coitada, o sogro dela morreu a noite passada) e que a sr.ª tem de ir a outro salão!

Imagine que ao entrar noutro estabelecimento, que até lhe pareceu ter bom aspecto, diz à cabeleireira:

- Olhe, querida, quero que me faça aqui um corte ao meu cabelinho... que estou a precisar de me sentir melhor! Aqueles malditos sindicalistas andam a desviar os professorzecos do bom caminho, andam a incentivá-los a não cumprirem a Lei... e eu estou a ficar um pouco farta disto, estou a ficar um pouco nervosa. Preciso de me animar e nada melhor do que dar aqui um jeitinho ao meu rico cabelinho!

Imagine, sr.ª Maria de Lurdes Rodrigues, que a cabeleireira lhe pergunta:

- Tem a certeza que quer que lhe corte o cabelo?

Ora, obviamente, sabendo ao que se propôs nessa bela manhã, a sr.ª diria que sim!

Imagine que ela lhe respondia:

- Muito bem! Sente-se aí que eu faço-lhe já um "pente zero"!


Minha cara Maria de Lurdes Rodrigues: agora sou eu que me vou pôr a imaginar... que a sr.ª sairia dali imediatamente... e a pensar (com razão, concedo já) que a cabeleireira, simplesmente, "é doida"!

Agora deixo-lhe uma perguntinha: seria justo e verdadeiro, depois de uma cena destas, eu AFIRMAR que, afinal, a sr.ª NÃO QUERIA CORTAR O CABELO?!

Se mesmo assim não perceber o que lhe quis dizer COM ESTA HISTÓRIA DE "FAZ-DE-CONTA"... se não perceber o que é que isto tem a ver com a avaliação dos professores... com o modelo que a sr.ª e a sua equipa implementaram e com os motivos que levaram os professores a fazerem novamente uma gigantesca manifestação... avise-me... que eu mando-lhe o contacto do meu psiquiatra, para onde a sua política, o excesso de trabalho e as maldades de algumas pessoas me enviaram há já uns tempos! Ele pode não conseguir explicar-lhe, de um modo mais explícito, o que eu agora me esforcei para ser até entendido por um miúdo de 10 anos... mas, pelo menos, ele receita-lhe umas gotas que lhe farão bem aos olhos, aos ouvidos e à cabecinha (que imagino deva estar um pouco confusa com tanto ruído produzido pelos "zecos")!

Sempre ao dispôr
NP, um professor que quer cortar o cabelo... MAS NÃO A "PENTE ZERO"!

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4 Comments:

  • Adorei a parábola! Espero que chegue aos ouvidos dela;)



    http://www.savebybell.wordpress.com

    By Blogger Alda Serras, at segunda-feira, novembro 10, 2008 1:23:00 da tarde  

  • muito bem explicado, mas mesmo assim não tenho acerteza se a senhora entenderá!!

    By Blogger saltapocinhas, at quarta-feira, novembro 12, 2008 11:51:00 da tarde  

  • Sem comentários.
    Gostei.

    By Anonymous Anónimo, at sexta-feira, novembro 14, 2008 9:51:00 da tarde  

  • NOTA À COMUNICAÇÃO SOCIAL

    MINISTRA DA EDUCAÇÃO NÃO FALA VERDADE!

    A Ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, não falou verdade ao país ao afirmar que os Sindicatos não tinham apresentado, na comissão paritária de acompanhamento da avaliação, qualquer documento que alertasse para os problemas que decorrem do modelo em vigor.

    Na verdade, a FENPROF fez chegar à comissão paritária, nos primeiros dias de Outubro, um documento contendo onze problemas relevantes que, no entanto, até hoje, não mereceram qualquer resposta. Em reunião realizada a 17 de Outubro, o director-geral de recursos humanos, que preside à comissão, tentou justificar, apenas oralmente, as irregularidades e abusos, entre outros aspectos referidos, não tendo mostrado abertura para solucionar um único que fosse.

    Já antes, em 14 de Outubro, em reunião realizada com a Ministra da Educação, a FENPROF tentou abordar os problemas, mas sem êxito, pois Lurdes Rodrigues afirmou não ser aquele o espaço para essa discussão. Em relação aos horários de trabalho, outro dos aspectos muito contestados pelos docentes, a FENPROF entregou em mão, nesse dia, à própria ministra, um documento em que se apresentam inúmeras situações irregulares e/ou ilegais, exigindo a sua rápida resolução. Note-se que algumas delas decorrem de orientações ilegais que a DGRHE colocou no seu site e que, apesar do protesto, ali mantém.

    A ministra também não falou verdade quando afirmou que os professores não querem ser avaliados e que o anterior modelo não previa a diferenciação. Previa, só que, durante os 15 anos em que vigorou, os governos recusaram regulamentar essa matéria, apesar da insistência dos Sindicatos para que o fizessem. E quanto à avaliação, a ministra também sabe que a Plataforma Sindical dos Professores, ao longo do processo de "negociação" do ECD, apresentou propostas concretas para um modelo alternativo que, no entanto, foram todas rejeitadas pelo ME que, da primeira à última versão, manteve intocável o seu projecto. Mas sabe mais, sabe que a FENPROF, como outros Sindicatos, já apresentou propostas concretas para a negociação de um modelo alternativo e tem debatido o assunto com os professores em centenas de reuniões que já realizou.

    Quanto à afirmação de que uma manifestação com tanta gente constitui uma intimidação… não há palavras que a comentem. Tal afirmação constitui uma tremenda e preocupante distorção democrática, inaceitável na governante. Afirmar que uma manifestação de professores, por reunir 80% da classe profissional, constitui um acto de chantagem, só pode compreender-se em alguém que se encontra de cabeça perdida e, por essa razão, perdeu referências democráticas.

    Quem não fala verdade ao país e perde referências democráticas não reúne condições para, numa sociedade democrática, assumir responsabilidades políticas!

    O Secretariado Nacional

    By Blogger fortix, at domingo, novembro 16, 2008 6:11:00 da tarde  

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