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sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Mensagem enviada a alguns deputados-professores

Ando triste! Desanimado! Acabrunhado! A pensar desistir!
Só quando entro na sala de aulas e encontro os meus putos... readquiro um pouco a enorme alegria que já senti em ser professor! E lá me vou aguentando até às 18:15 H de cada vez mais penoso dia!
Que fazer? Greve? Ok, venha ela! Manifestações? Ok, onde é a próxima? Enviar emails de protesto e indignação? Com certeza... e é isso que tenho estado a fazer (já enviei a 13 deputados que se dizem professores).
Com alguns pequenos ajustes (masculino, feminino, um ou outro pormenor ou aparte, conforme a pessoa em questão), é este o texto que tenho enviado!
Resulta? Serve para alguma coisa? Não... sei que não! Mas dá-me a ligeira sensação que, assim, ainda estou a viver num país democrático, justo, onde a liberdade de expressão não foi completamente aniquilada... e enfim... onde a "disciplina de voto" não acaba de vez com a liberdade de cada deputado poder votar segundo a sua consciência!

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Sou professor!
Fui aluno do Magistério da Guarda, entre 1985/1988, no último curso aí ministrado! Licenciei-me em Filosofia, em Coimbra, mas continuei, sempre, sem qualquer interrupção, a ser professor do 1.º Ciclo!
Adorava ser professor!
Agora, a curar uma depressão... por excesso de trabalho, de cargos, de reuniões, de incompreensões, vítima do péssimo ambiente que agora se vive na escola pública, mas ainda a leccionar, a fazer "das tripas coração", a tentar encontrar um motivo para não desistir... gostaria de lhe perguntar como foi capaz de dar o seu contributo à completa humilhação da classe docente, com a aprovação do tenebroso ECD e do escabroso e kafkiano modelo de avaliação (aliás, de seriação e exclusão)!? Consegue mesmo viver tranquilo com a sua consciência? Ainda se lembra do que era e é SER professor? Do que era TER TEMPO para preparar aulas, TER TEMPO para ler um bom livro de Mialaret ou Perrenoud... e ainda TER TEMPO para poder descansar e confraternizar com a família e os amigos, de ter vida para além da escola? Ainda se lembra de quando deu a sua última aula? Ainda sente vontade de voltar para a escola e enfrentar uma turma cheia de alunos com NEE's... e os colegas de trabalho? E de ser avaliado por quem é menos competente e menos capaz e nunca deu provas de ser melhor para ser alcandorado à "categoria" de professor-titular?

Se sim... dou-lhe os meus parabéns! Mas fique a saber que ajudou a matar a dignidade da classe a que diz pertencer... e ajudou a matar a vontade e o gosto de ser professor a milhares de colegas!

Que Deus lhe perdoe... porque talvez eu não seja capaz!
NP
Coimbra

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Entretanto, aqui fica uma notícia que demonstra, em grande parte, a verdade da mensagem que tentei passar a alguns dos deputados que são/foram professores:

Cinco mil professores na reforma desde Março

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1 Comments:

  • Resposta da deputada Maria Odete João:

    Caro Colega,

    Sempre assumi o meu voto de forma livre e consciente. Das votações na Assembleia da República, sobre matérias referentes à avaliação de desempenho de professores, abstive-me, em Março e Dezembro de 2008, respectivamente no Projecto de Resolução da Deputada não inscrita e o do CDS/PP. Na altura apresentei declarações de voto sobre as posições tomadas.

    Conheço as preocupações dos professores e a intranquilidade que se vive nas escolas e que não resultam apenas do processo de avaliação. A matéria é muito sensível e existem opiniões muito diferenciadas. Considero fundamental que se venha a construir um consenso alargado em torno do processo de avaliação dos professores e da Escola Pública.

    A proposta de lei do CDS/PP que sobe a plenário no dia 23, sexta-feira, e cuja leitura é essencial para entendermos que o projecto de lei suspende o actual Decreto Regulamentar 1-A/2009 de 5 de Janeiro, mas não suspende a avaliação no presente ano lectivo, ao contrário das notícias que correm, antes apresenta um novo quadro normativo retirado do Projecto de Resolução do CDS/PP, discutido em Dezembro, cujas normas constituíam, então, recomendações para o próximo ano lectivo, e que o próprio grupo parlamentar fazia depender da negociação prévia entre os Sindicatos e o Ministério da Educação. Agora, já assim não entende, e esta incoerência é, também, ela geradora de conflitualidade e incerteza. O Projecto-lei do CDS não corresponde aos anseios dos professores, nem lhes confere mais garantias no processo de avaliação, e, transformado em Lei da República, constituirá uma base susceptível de condicionar futuras alterações e negociações.

    Cumprimentos

    Odete João

    By Blogger NP66, at segunda-feira, fevereiro 02, 2009 12:40:00 da manhã  

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