Vão matar-nos aos poucos...
in Jornal Público
Docente tem grande dificuldade em falar
Caixa Geral de Aposentações diz que não considerou incapaz professora com cancro na língua
17.10.2007 - 19h45 Lusa
A Caixa Geral de Aposentações (CGA) afirmou hoje que nunca considerou incapaz para o exercício das funções a professora a quem foi retirada parte da língua na sequência de um cancro, deixando a docente com grande dificuldade em falar.
Num comunicado enviado à Lusa, o Ministério das Finanças, que tutela a CGA, explicou que a junta médica a que Conceição Marques foi sujeita, em Janeiro deste ano, "não a considerou incapaz".
"O que sucedeu é que a junta fundamentou o seu parecer médico no sentido da não incapacidade, mas, por lapso, o médico que preencheu o respectivo impresso escreveu sim em vez de não, no campo em que se pergunta se a pessoa está incapaz para o exercício das suas funções. Tal lapso de escrita foi desde logo corrigido pelo médico chefe da CGA, aquando do seu visto", refere a nota da tutela.
Em declarações à Lusa, Conceição Marques, professora do primeiro ciclo na escola básica da Regedoura, em Ovar, explicou que, em 2003, foi-lhe diagnosticado um cancro na língua, tendo sido submetida, em Abril do mesmo ano, a uma cirurgia para retirar uma parte substancial daquele órgão, o que a deixou com grande dificuldade em falar.
Na altura, foi-lhe dada uma baixa médica de 36 meses e, no final desse período, a Direcção Regional de Educação do Centro indicou-lhe que deveria pedir a aposentação por invalidez, um processo que se arrasta desde Novembro de 2005.
"Tenho muitas dores e uma grande dificuldade em falar"
"Tenho muitas dores e uma grande dificuldade em falar, sobretudo depois de algumas horas a dar aulas. Às vezes, durante as aulas, fico com lesões na língua, que começa a sangrar, e tenho de pedir a alguma colega ou funcionária da escola para ficar com as crianças", contou a docente.
Segundo Conceição Marques, que lecciona há 29 anos, a junta médica a que foi sujeita declarou-a permanentemente incapaz para o exercício das funções, mas a decisão acabou por ser anulada pela própria CGA, que alegou que tinha havido um erro no preenchimento dos relatórios.
Perante o incidente, a professora pediu uma junta médica de revisão, para a qual foi chamada já em Agosto deste ano. Na sequência da mesma, a CGA notificou-a para ir a uma consulta de otorrinolaringologia numa clínica do Porto, marcada para ontem, mas, quando lá chegou, disseram-lhe que não havia qualquer marcação e que a consulta não poderia ser realizada por ausência do médico.
Conceição Marques tem agora uma nova consulta agendada para 23 de Outubro, mas, perante o arrastar da situação e os vários incidentes do processo, lamenta que a Caixa Geral de Aposentações "ande a brincar" com a sua vida.
"Não aguento mais dar aulas. Estou física e psicologicamente arrasada. Se eu morrer fico mais barata à CGA", afirmou Conceição Marques.
******************
Vale a pena comentar?!
Eu apenas digo que "eles" não andam a brincar... e repito o que já escrevi aqui há largos meses: "eles" vão matar-nos aos poucos, com as suas políticas, leis e despachos... e pouco falta para começarmos a "cair redondos" na sala de aula, à frente dos nossos alunos!
Docente tem grande dificuldade em falar
Caixa Geral de Aposentações diz que não considerou incapaz professora com cancro na língua
17.10.2007 - 19h45 Lusa
A Caixa Geral de Aposentações (CGA) afirmou hoje que nunca considerou incapaz para o exercício das funções a professora a quem foi retirada parte da língua na sequência de um cancro, deixando a docente com grande dificuldade em falar.
Num comunicado enviado à Lusa, o Ministério das Finanças, que tutela a CGA, explicou que a junta médica a que Conceição Marques foi sujeita, em Janeiro deste ano, "não a considerou incapaz".
"O que sucedeu é que a junta fundamentou o seu parecer médico no sentido da não incapacidade, mas, por lapso, o médico que preencheu o respectivo impresso escreveu sim em vez de não, no campo em que se pergunta se a pessoa está incapaz para o exercício das suas funções. Tal lapso de escrita foi desde logo corrigido pelo médico chefe da CGA, aquando do seu visto", refere a nota da tutela.
Em declarações à Lusa, Conceição Marques, professora do primeiro ciclo na escola básica da Regedoura, em Ovar, explicou que, em 2003, foi-lhe diagnosticado um cancro na língua, tendo sido submetida, em Abril do mesmo ano, a uma cirurgia para retirar uma parte substancial daquele órgão, o que a deixou com grande dificuldade em falar.
Na altura, foi-lhe dada uma baixa médica de 36 meses e, no final desse período, a Direcção Regional de Educação do Centro indicou-lhe que deveria pedir a aposentação por invalidez, um processo que se arrasta desde Novembro de 2005.
"Tenho muitas dores e uma grande dificuldade em falar"
"Tenho muitas dores e uma grande dificuldade em falar, sobretudo depois de algumas horas a dar aulas. Às vezes, durante as aulas, fico com lesões na língua, que começa a sangrar, e tenho de pedir a alguma colega ou funcionária da escola para ficar com as crianças", contou a docente.
Segundo Conceição Marques, que lecciona há 29 anos, a junta médica a que foi sujeita declarou-a permanentemente incapaz para o exercício das funções, mas a decisão acabou por ser anulada pela própria CGA, que alegou que tinha havido um erro no preenchimento dos relatórios.
Perante o incidente, a professora pediu uma junta médica de revisão, para a qual foi chamada já em Agosto deste ano. Na sequência da mesma, a CGA notificou-a para ir a uma consulta de otorrinolaringologia numa clínica do Porto, marcada para ontem, mas, quando lá chegou, disseram-lhe que não havia qualquer marcação e que a consulta não poderia ser realizada por ausência do médico.
Conceição Marques tem agora uma nova consulta agendada para 23 de Outubro, mas, perante o arrastar da situação e os vários incidentes do processo, lamenta que a Caixa Geral de Aposentações "ande a brincar" com a sua vida.
"Não aguento mais dar aulas. Estou física e psicologicamente arrasada. Se eu morrer fico mais barata à CGA", afirmou Conceição Marques.
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Vale a pena comentar?!
Eu apenas digo que "eles" não andam a brincar... e repito o que já escrevi aqui há largos meses: "eles" vão matar-nos aos poucos, com as suas políticas, leis e despachos... e pouco falta para começarmos a "cair redondos" na sala de aula, à frente dos nossos alunos!
Etiquetas: Educação/Escola/Política educativa
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