Mais do mesmo

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quarta-feira, 17 de janeiro de 2007

É mais do mesmo, pois claro!

Morreram seis pescadores na Nazaré... e "eles" tiveram de rever, à pressa, os mecanismos de salvamento disponibilizados até então. Se calhar tiveram de desviar um ou outro helicóptero da frente de batalha (ah, não estamos em guerra?)

Morreu um desgraçado em Odemira... e agora já estão previstos mais uns mecanismos de socorro... de "acção rápida... ou semi-rápida"! Se não é bem como os meios de que dispõe o INEM... é algo que se aproxima!

Entretanto ficámos a saber, através da Ordem dos Médicos, que "nos hospitais públicos há médicos estrangeiros a realizar partos e outras urgências obstetrícias sem a necessária especialização".
Aqui há uns tempos fecharam uma série de Maternidades, não foi? Bestial...
Para a situação ser regularizada presumo que tenham de morrer mais algumas "portuguesas de segunda"!

Na Educação a contestação à Terminologia Linguística para os Ensinos Básico e Secundário atingiu níveis inauditos, com vários professores catedráticos, incluindo alguns especialistas em Linguística, a confirmarem a existência de erros científicos graves na nova terminologia. Mas a contestação estende-se a pais, alunos e simples professores... e dentro em breve o assunto vai chegar ao Parlamento!
Para já, parece que o Governo se prepara para suspender a generalização a todo o ensino básico e secundário, por não haver "neste momento" uma formação suficiente dos professores. Quem o disse foi o director-geral de Inovação e Desenvolvimento Curricular, Luís Capucha.

Mas... se é por isso, por culpa dos professores (hahaha, claro... claro...) pergunto eu: não teria sido mais lógico e do mais elementar bom senso ter feito primeiro a formação dos professores e só depois proceder à implementação da tal nova terminologia? Não lhes passou isso pela cabeça? Nunca ouviram o ditado popular "quem vai para o mar avia-se em terra"?

(Vá... enganem-me, que eu gosto!)

Mas agora "eles" também querem que no 2.º Ciclo passe a haver um só professor a ensinar as principais matérias: Português, Matemática, Ciências da Natureza, História, Geografia e Expressões, embora com o apoio de outros docentes especializados.

Para isso, o/a "SUPER-PROFESSOR/A", o novo "Erasmo de Roterdão" tem de possuir uma licenciatura em Educação Básica, terá que ter um mestrado constituído por 30 créditos em Português, 30 em Matemática, 30 em Estudos do Meio, que inclui Ciências da Natureza, História, Geografia de Portugal e ainda 30 créditos em Expressões.

(eu nem quero imaginar as horas que vão ter para preparar aulas... materiais... testes... esse tipo de coisas que agora obrigam muitos professores do 1.º Ciclo a fazerem para lá das suas 35 horas de trabalho)

Bestial! Fantástico! Só falta dizerem que o "SUPER-HOMEM/MULHER" também irá dar-lhes o almoço na cantina, para não estranharem muito a ausência de acompanhamento que muitos dos professores do 1.ª Ciclo (eu incluído) prestam aos seus alunos.

E os "actuais" professores do 2.º Ciclo... o que irão fazer deles? É desta que se transformam em porteiros, auxiliares de acção educativa, bibliotecários e ajudantes de cozinha?

(Meu Deus... quando escrevi aqui o ano passado que estávamos a assistir ao princípio do fim da Educação em Portugal, tal como a conhecemos, estava longe de imaginar o INFERNO em que isto se está a tornar)

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