Marcha da Indignação - Presença (3)
É verdade, sim: "presente" rima com "descontente"!...
E isso foi repetido vezes sem conta (é irrelevante contar, diria a Sr.ª Dr.ª Ministra).
Já li várias manifestações de apoio a esta luta dos professores... já li outras manifestações de desagrado e de repulsa. Uma delas, estava eu a preparar-me para participar na Marcha, chegou-me através de uma mensagem de telemóvel (obrigado, Carlos):
«Correio da Manhã de hoje: Emídio Rangel chama hooligans aos professores que vão a Lisboa. "Tenho vergonha destes pseudo-professores que trabalham pouco, ensinam menos e não aceitam avaliações" - diz ele.»
Já em casa, tive oportunidade de ler todo o artigo... e na sequência dessa leitura enviei um e-mail ao Correio da Manhã. Não perdi muito tempo a elaborar uma resposta. Aproveitei uma parte de um e-mail que já me tinha chegado às mãos e dei-lhe uma nota pessoal.
«Como professor apartidário, repudio, de forma veemente, a opinião emitida pelo Sr. Rangel, na coluna "Coisas do Circo" (CM, de 08-03-08). Isto não é direito à opinião, é insulto puro!
Exijo que o jornal emita, num dos seus próximos editoriais, um pedido formal de desculpa aos professores.
E gostaria que pudessem explicar que critério jornalístico é esse que permite que o artigo do sr. Rangel seja escrito e publicado ANTES da Marcha da Indignação, ou seja, antes do facto que é suposto comentar!
Gostaria ainda de saber se o sr. Rangel, por cada sector profissional que no futuro se venha a manifestar – um direito garantido pela Constituicão -, vai escrever uma crónica sobre o assunto e insultar esse sector da sociedade portuguesa.
Nota breve: se o pedido de desculpa aos professores não vier a acontecer, informo que deixam de contar com um cliente comprador do jornal.
Saudações»
Calculo que se estejam a "marimbar" para o meu protesto, mas fiquei mais aliviado.
Eu, com a devida autorização do meu Conselho Executivo, estou na disposição de receber na minha escola todos estes "críticos", chamem-se eles Rangel, Ferreira ou Cardoso... a fim de se inteirarem, no terreno, do que é o trabalho de um professor (do ensino não-superior) que acumula diversos cargos e funções e quais são as dificuldades que enfrenta em cada dia. Até lhes dou o prazer de ficarem com a minha turma por um tempo... :)
O mais certo era alguns não aguentarem uma manhã... quanto mais um dia... uma semana... um mês... um ano... uma década... uma vida!
Etiquetas: Marcha da Indignação
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