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quarta-feira, 24 de janeiro de 2007

Sim ou não?

Nos termos em que a pergunta está formulada... seguramente NÃO!

Por opção da mulher?

Sem qualquer motivo? Podendo ser só... "porque sim"?

Então... NÃO!

Até às dez semanas?

Mas então por que não até... às onze? Ou às dezasseis? Ou até às quarenta e duas?

Às dez semanas a "feijoca" (era assim que eu tratava a minha filha quando tinha menos de dez semanas e eu assisti à ecografia em que se via o coração dela a bater) ainda não é nada, não é "pessoa", pelo que não faz diferença nenhuma "acabar com aquilo"? Não será por isso, seguramente...

Então... NÃO!

Por motivos económicos?

Por motivos económicos, a minha irmã mais nova não existiria. Já éramos cinco... não éramos/somos ricos... e a minha mãe já tinha 43 anos. Mas a Susana criou-se, é uma bela rapariga, está a licenciar-se... e inclusive, no primeiro ano de vida da minha filha, foi a tia a "tomar conta" da sobrinha... :)
Combatam-se é as causas que estão por trás da "exclusão social e económica" de muitas mulheres...

Então... NÃO!

É para acabar com o aborto clandestino?

Não acredito que muitas mulheres, que querem esconder o facto dos maridos, amantes, filhos ou restante família... dos amigos, dos colegas de trabalho e da sociedade em geral, passassem a recorrer a um hospital público para abortarem. É óbvio que vão continuar a recorrer às clínicas... onde entram incógnitas e saem em segredo... se é que me faço entender!

Se me responderem que o "verdadeiro problema" de saúde pública são as mulheres "sem condições financeiras", de "classe baixa"... que irão recorrer ao "aborto de vão de escada"... então o Governo que aposte, desde já e em força, na educação, que aposte no planemanento familiar, que aposte numa verdadeira política de apoio à família, que aposte no apoio às instituições que existem para apoiar as mulheres e as crianças em risco!...
Já o fez? É que não tenho notado...

Se bem se recordam, ainda há pouco tempo se discutia aqui, noutros locais da Blogosfera, na comunicaçaão social e na opinião pública em geral que as professoras teriam de praticamente "renunciar" à maternidade para poderem progredir na carreira, para poderem aspirar a atingir o topo da mesma.

Então... NÃO!

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9 Comments:

  • Um problema não se resolve com outro problema. Votar NÃO é votar na responsabilização dos indivíduos e na defesa dos valores da vida!!!

    By Anonymous Anónimo, at quinta-feira, janeiro 25, 2007 2:02:00 da tarde  

  • By Blogger NP66, at sexta-feira, janeiro 26, 2007 7:45:00 da tarde  

  • Não concordo, mas respeito. Votarei sim porque acredito no direito de escolha das mulheres. Eu nunca recorreria ao aborto a não ser em última hipótese e se fosse por um motivo grave o suficiente. O aborto não é algo que se faça de ânimo leve, por isso voto sim porque acho que não podem ser homens a mandar no corpo das mulheres. Tenho a teoria que, se fossem os homens a ter os filhos, a lei do aborto já teria sido mudade há muito tempo.

    By Blogger A Professorinha, at domingo, janeiro 28, 2007 6:32:00 da tarde  

  • Percebo isso, Professorinha... mas, para mim, está a referendar-se a liberalização do aborto. Eu sei - imagino - que ninguém o faça de ânimo leve, mas com a vitória do "sim" basta a mulher querer... mesmo contra a vontade do marido/companheiro apenas porque acha que o corpo é seu e ela é que decide... e decide que naquela altura "não lhe dá muito jeito", já que "ser mãe é uma maçada", por exemplo!

    Não será que a mulher se deveria de preocupar/concentrar mais com o "antes" (há tantos meios de o fazer...), para não ter de lidar, se essa não é a sua vontade, com o "após"?

    Há dias discutia o assunto com a minha esposa... e disse-lhe, a certa altura, que mulher nenhuma manda cortar um braço ou uma perna... ou mesmo um dedo... e a verdade é que o corpo é seu! Ela é que manda nele! Mas se a minha esposa o quisesse fazer... nem que fosse "apenas" o dedo mindinho, deveria eu de permitir? Será que alguém permitiria?

    Então... por que fazer algo parecido, ainda para mais com um ser indefeso, que a Natureza determinou que fosse gerado e crescesse dentro de si... ser esse que existe porque a mulher participou na sua criação?!

    Não sei se será "apenas" por ser homem, mas isto é algo que não percebo... que se diga que é "apenas" a mulher que tem de decidir!...

    By Blogger NP66, at domingo, janeiro 28, 2007 11:11:00 da tarde  

  • Respeito o Não! mas votarei SIM!

    By Anonymous Anónimo, at quarta-feira, janeiro 31, 2007 8:16:00 da tarde  

  • Miguel: com respeito, todas as opiniões são precisas e válidas em democracia! ;)

    By Blogger NP66, at quarta-feira, janeiro 31, 2007 11:55:00 da tarde  

  • "O que está em causa neste referendo não é o que nós fazemos, faríamos ou fizemos quando e se confrontados com o dilema de interromper ou não uma gravidez. O que está em causa é o nosso direito a impor uma gravidez.
    Pessoalmente não creio que qualquer um de nós tenha ou possa ter esse direito."
    (Helena Matos, no Público de hoje)

    By Blogger Nuno Serra, at sábado, fevereiro 03, 2007 2:13:00 da tarde  

  • Caro Nelson:
    1. Que pergunta te faria então votar sim?
    2.Achas sinceramente que alguém decide abortar "porque sim"?
    3. Consideras portanto (mesmo reconhecendo que não se está perante uma "pessoa" às 10 semanas) que é indiferente serem 10 ou 42 o tempo de aceitação da decisão da mulher sobre a sua maternidade?
    4. Não te incomoda que algumas pessoas tenham que ir ao vão de escada por falta de recursos económicos enquanto outras podem ir a Badajoz fazer um aborto em condições dignas e seguras?
    5. Achas que a despenalização obriga alguém a decidir-se pelo aborto?
    6. É claro que dia 11, caso ganhe o "sim" o aborto clandestino não acaba. Mas criam-se melhores condições para tudo: para acabar com o aborto clandestino e para melhor implementar tudo o que precisa ser feito, e que nos une a todos, sejamos defensores ou opositores da despenalização.

    By Blogger Nuno Serra, at sábado, fevereiro 03, 2007 2:20:00 da tarde  

  • Caro Nuno, o tema é muito difícil, mas respondo-te com toda a frontalidade:

    1. Que pergunta te faria então votar sim?

    Para mim o assunto nem sequer deveria estar a ser referendado. Admitiria votar "sim" se a questão apenas incluísse o aborto de "fetos não viáveis". Isso já está contemplado na actual lei? Então...
    Também poderia admitir votar "sim" se a decisão não dependesse apenas do pedido da mulher, sem mais nada! Isto levado ao extremo, acaba com o direito à paternidade...
    (assim como acho que não pode/deve ser a mulher a única a ser "penalizada" - e não necessariamente com pena de prisão, o que poderá ser "incoerente" da minha parte, como me fazia notar há dias um amigo, ao lembrar-me que a pena por homicídio pode ir até 25 anos!)

    2.Achas sinceramente que alguém decide abortar "porque sim"?

    Acho que é bem provável que sim... acho que há quem use o aborto como meio contraceptivo!

    3. Consideras portanto (mesmo reconhecendo que não se está perante uma "pessoa" às 10 semanas) que é indiferente serem 10 ou 42 o tempo de aceitação da decisão da mulher sobre a sua maternidade?

    Eu acho que se está perante uma pessoa às 10 semanas! Quando vi a ecografia da Raquel por essa altura, ela era já, para nós, "a" Raquel, como é hoje! Foi-o a partir do instante que soubemos que ela "existia" no ventre da sua mãe! A decisão da maternidade/paternidade (todos parecem esquecer o direito à paternidade) tem de ser tomada "antes", não "após"...
    Quem pede a despenalização até às 10 semanas ainda não me explicou a partir de quando é que há "uma pessoa"! É a partir dessa data?

    4. Não te incomoda que algumas pessoas tenham que ir ao vão de escada por falta de recursos económicos enquanto outras podem ir a Badajoz fazer um aborto em condições dignas e seguras?

    A mim incomoda-me tudo isso! Incomoda-me que não exista, quase, uma política social que defenda a família, seja ela "tradicional" ou "monoparental"! Incomoda-me que alguém, como tu o fizeste, tenha de usar a expressão "tenham que ir ao vão de escada por falta de recursos económicos". O Estado deveria assegurar maior ajuda às mulheres/famílias. Por esse motivo, o económico, a minha irmã Susana não existiria! Tu sabes que todos nós crescemos com muitas dificuldades económicas (mas eu também sei que havia/há/haverá muitas famílias em muito piores condições).
    Mas também me incomoda que a questão se discuta em termos de "limpeza", "higiene", "condições de segurança"...
    E já que falaste em Badajoz, um áparte: incomoda-me que haja portugueses/as que tenham de ir lá... nascer, por causa do fecho de Maternidades em Portugal!

    5. Achas que a despenalização obriga alguém a decidir-se pelo aborto?

    Não, não obriga, claro! Mas, para mim, a despenalização, sem estar previsto nada mais, como, por exemplo, está no caso da legislação alemã, poderá servir para o aborto ser encarado, por muita gente, apenas como a solução "mais fácil" (ou única)... e poderá levar a uma "desresponsabilização" da mulher e/ou do casal no planeamento da família, ou seja, poderá levar a que muita gente abdique do planeamento familiar/prevenção.
    Creio que a penalização é - deve ser - essencialmente "dissuasora" de decisões precipitadas/irreversíveis! É que, depois, não há como "voltar atrás"! Mas devo dizer que não é - não deve ser - apenas a mulher a ser chamada a "responder" pelo aborto, mas sim toda a gente que tem implicação directa, seja ele o companheiro, o médico ou o enfermeiro... ou "a parteira de vão de escada"!

    6. É claro que dia 11, caso ganhe o "sim" o aborto clandestino não acaba. Mas criam-se melhores condições para tudo: para acabar com o aborto clandestino e para melhor implementar tudo o que precisa ser feito, e que nos une a todos, sejamos defensores ou opositores da despenalização.

    Nuno, espero que sim... mas sobre o "após dia 11 de Fevereiro", pouco ou nada tenho ouvido. E pouco ou nada tenho ouvido sobre a mulher que aborte um feto com 10 semanas e 1 dia! E pouco ou nada tenho ouvido sobre como se vai proteger a mulher /mãe para não perder o seu emprego... ou como e quando se vai apostar mais a sério na educação sexual (na escola, através de campanhas na TV, o que for...)
    E isso é que me tem deixado preocupado!

    By Blogger NP66, at sábado, fevereiro 03, 2007 3:41:00 da tarde  

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