Mais do mesmo

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quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

A palhaçada em que transformaram a escola

De manhã recebi e reenviei um email com o seguinte teor:

Direcção Regional de Educação do Norte (DREN) determinou hoje a realização do desfile de Carnaval dos alunos do Agrupamento de Escolas de Paredes de Coura embora os professores ainda não tenham decidido se acatarão a ordem da DREN não obstante a critica dos pais dos alunos a esta posição dos docentes.

Os pais dos 900 alunos que frequentam o agrupamento de Paredes de Coura criticam o cancelamento das actividades, acusando os professores de estarem a usar os estudantes como "armas de arremesso" contra o Ministério da Educação, na sua luta contra o sistema de avaliação do desempenho.

"Entendemos e respeitamos o direito à greve de professores e
educadores, mas já não achamos legítimo nem correcto que a retaliação
à imposição ministerial de um sistema de avaliação acabe por 'sobrar'
para os alunos, que não têm culpa de nada", disse à Lusa o porta-voz
dos pais.

Eduardo Bastos lembrou aos professores que os alunos serão os "únicos prejudicados" com esta forma de protesto dos professores e acrescentou que se vão reunir hoje à noite para decidirem o que fazer para "convencer" os professores a voltarem atrás naquela decisão.

"Os pais é que decidirão o que se vai fazer a seguir, mas há já quem fale em fechar a escola", acrescentou.

Directora está "proibida de falar"

Contactada pela Lusa, a directora daquele agrupamento, Cecília Terreleira, escusou-se a fazer qualquer declaração, alegadamente por ter sido "proibida de falar" pela responsável da Equipa de Apoio às Escolas de Viana do Castelo.

No entanto, outra fonte do agrupamento disse que hoje mesmo terá lugar uma reunião geral de professores para decidir o que fazer perante a determinação da DREN.

"Não sei até que ponto a DREN tem competência para pôr em causa e contrariar uma decisão do Conselho Pedagógico. Vamos ver", acrescentou a fonte.

Desfile cancelado por falta de tempo para a sua preparação

O desfile de Carnaval pelas ruas da vila de Paredes de Coura dos alunos do agrupamento estava previsto para sexta-feira, mas os professores, em reunião do Conselho Pedagógico, decidiram cancelá-lo, alegando falta de tempo para o preparar.

Os docentes queixam-se que estão "atafulhados" de trabalho, com os processos de eleição do Conselho Geral e do director do agrupamento, as provas assistidas e a avaliação do desempenho, e ainda com as provas de aferição e exames nacionais.

Por isso, divulgaram, decidiram cancelar algumas das 174 actividades programadas para este ano lectivo, entre as quais o desfile de Carnaval, as visitas de estudo dos alunos até ao 8º ano e as idas à praia das crianças do pré-primário.

"Apenas suspendemos três a quatro por cento das actividades. De resto, mantivemos todas as que são cumpridas dentro do horário normal dos professores. Os alunos vão na mesma festejar o Carnaval, mas dentro da escola", afirmam.

Sustentam ainda que "preparar um desfile na rua exige muito mais trabalho de preparação e o tempo não chega para tudo. Os professores não têm o dom da ubiquidade".

Ainda não foi possível obter, até agora, um reacção por parte da directora regional de Educação do Norte, Margarida Moreira.


Indignado, acrescentei o seguinte comentário:

«É por estas e por outras que TENHO de sair do sistema. Um dia destes a DREC ou o ME mandam alguém vir buscar-me (nos) a casa para irmos regar as plantas da escola... ou dar a sopa aos meninos que têm preguiça de pegar na colher!
Raios! Ainda estou para perceber o que ganham (pedagogicamente falando) as crianças e os professores por andarem vestidos de palhaço pelas ruas das vilas e cidades... atrás de uma escola de samba, com meninas mais despidas do que vestidas... como já acontece em muitos locais!»


Recebi uma resposta de uma colega do meu Agrupamento:

«Estou de acordo contigo... nunca percebi a razão da coisa!!!! E muito menos os porquês dos que fazem um cavalo de batalha da participação nesta "palhaçada"; sem graça pedagógica nenhuma. Adiante...»

Estava longe de imaginar o que me ia acontecer no fim das minhas aulas!...

Mas para não me alongar, vou reescrever aqui o que respondi à minha colega:

«Mas queres saber da melhor?!
Vim hoje completamente furioso da minha escola... e por causa de algo ligado ao "nosso" desfile de Carnaval.

Como sabes, a turma do 4.º ano da minha escola, com a baixa e posterior aposentação da professora "X", perdeu muitos dias sem poder avançar na matéria. Só não perdeu mais porque fomos ficando com os alunos dessa turma e eles foram trabalhando connosco. Depois com a baixa da professora "Y"... a juntar à baixa da professora "Z" (que tinha substituído a professora "X") na primeira quinzena do 2.º período... a turma foi voltando a perder "ritmo e aprendizagens"!

Quando as coisas normalizaram, decidimos que, por força de tudo isto e por não termos tempo de trabalhar um "tema" (só assim entendemos que se "perca tempo" com o desfile), decidimos não participar no que é promovido pela Câmara. Entendemos todos nós que era o melhor para os alunos que tinham perdido tanto por causa das ausências das professoras (e das sobrecargas das turmas, o que não permitiu que o rendimento fosse o melhor). Mas, é claro, decidimos também que os meninos podiam vir mascarados de casa, se quisessem... e na escola faríamos um desfile e um concurso e ouviríamos música... e tal... e também nos haveríamos de divertir um pouco! Mas sem "perdas de tempo" com manufacturas de fatos e essas tretas todas... como nos anos anteriores fizemos!

Ora... qual não é o meu espanto, quando me preparava para sair da escola – cansado do trabalho com os meus meninos e após uma semana com formação do PNEP e reunião de CD – me aparece lá uma mãe de uma aluna do 4.º ano a questionar-me do porquê de não participarmos no desfile de amanhã. Disse que já tinha ido à Câmara, pensando que era porque eles não nos tinham dado dinheiro ou transporte (enfim...).

Calmamente expliquei-lhe os motivos... falei-lhe no "atraso" das aprendizagens dos alunos... no aspecto pedagógico "da coisa"... que não podíamos perder mais tempo a preparar um "tema" e os respectivos fatos... e dei-me ao trabalho de lhe explicar tudo isso por delicadeza e boa educação (podia simplesmente dizer-lhe que falasse com a Coordenadora da escola, com a professora da filha ou com a Associação de Pais que estava a par das decisões tomadas) e sabendo bem que - e ela confirmou – tinha chegado a ir falar com o PCE, dizendo-lhe que ponderava tirar a menina da nossa escola se não houvesse rapidamente uma professora para a turma dela –, mas vai daí começa a "chatear-me a cabeça"... que os meus argumentos não tinham lógica nenhuma (tive que lhe explicar várias vezes que a decisão era colectiva e não minha), porque estávamos a privar os alunos de se divertirem com as outras crianças do concelho e a discriminá-los (como se tivessem muitas hipóteses de andar por lá a conviver uns com os outros!!!)... blá... blá... blá... que éramos os únicos a não participar... o que, aliás, até é mentira!

Caraças... mas andamos aqui a fazer de palhaços?
Dei 120% de mim para suprir a ausência das colegas... o mesmo fez a "K" e a "Y" enquanto "aguentou"... e afinal o que querem "estes" pais?! Perder mais tempo? Festas? Desfiles? "Porcos no espeto"? Andar com os meninos atrás de escolas de samba com gajas semi-nuas?! E o nosso esforço? E o esforço das crianças e pais a quem realmente interessa o trabalho escolar e o sucesso? E as aprendizagens? E a coerência nas acções que se tomam... ela que até quis transferir a filha lá da escola?!

Mas nós agora somos o quê? Uma empresa de promoção de eventos? Meros funcionários da JP Sá Couto? Simples animadores culturais? É que eu sinto-me quase tudo isso... menos professor... que é - penso - o que AINDA sou!

Vim mesmo revoltado e com vontade de não mais lá meter os pés porque - e disso cada vez tenho mais a certeza – a tendência é isto piorar, com a "municipalização do ensino" que estamos a sofrer! Sei bem, por exemplo, a pressão e a insistência que a Câmara faz por causa lá do tal "PAA Concelhio"! E nós a sermos humilhados desta forma quase diariamente?!

Pronto! Já desabafei... desculpa... vou jantar!»


A minha colega voltou a responder-me... e contou-me algo de bem mais "grave" lá da escola dela... mas isso vou abster-me de aqui transcrever... porque não me diz directamente respeito!

Para terminar a noite e, se possível, aumentar ainda mais o meu profundo desgosto e indignação, li e aqui transcrevo o conteúdo de uma notícia do sítio do jornal Público e que é a continuação/confirmação do email com que iniciei este "post":

DREN contraria Conselho Pedagógico de Paredes de Coura na polémica sobre desfile de Carnaval

19.02.2009 - 18h52 Graça Barbosa Ribeiro

A Direcção Regional de Educação do Norte (DREN) contrariou hoje uma decisão do Conselho Pedagógico do Agrupamento de Escolas de Paredes de Coura – que decidira fazer a festa de carnaval dentro do estabelecimento – e ordenou ao Conselho Executivo que convoque os professores para fazerem o desfile pelas ruas, amanhã à tarde.

“Tenho ordens para não falar, mas é impossível não reagir a esta desautorização da tutela em relação a uma decisão tomada em Conselho Pedagógico”, protestou a presidente do Conselho Executivo, Cecília Terleira, quando contactada pelo PÚBLICO.

Ontem à noite, os professores decidiram que, se após as explicações, a DREN mantivesse a ordem anteriormente dada através de correio electrónico, aceitariam participar no desfile, sob protesto, para não correrem o risco de ver demitida a presidente do Conselho Executivo. “Vou fazer a convocatória, como foi acertado com os professores que, numa reunião marcada para hoje, poderão decidir manifestar, de alguma forma, o seu descontentamento”, disse Cecília Terleira.

A presidente do CE, que comentou que “os professores e os elementos dos órgãos de gestão da escola “estão em estado de choque com a falta de respeito da tutela por uma decisão tomada nos órgãos próprios”, sublinhou que o critério para o cancelamento do cortejo e de outras actividades foi suspender “apenas aquelas que não prejudicassem a aprendizagem dos alunos”.

Alegando falta de tempo – devido aos processos de eleição do Conselho Geral e do director e ao processo de avaliação – o Conselho Pedagógico decidiu terça-feira suspender algumas das 164 iniciativas que faziam parte dos planos de actividades. “Foram escolhidas apenas aquelas que não eram essenciais à aprendizagem e que, para além disso, eram promovidas fora do horário lectivo e não lectivo dos professores”, explicou Cecília Terleira. Entre elas estava o cortejo de carnaval dos cerca de 400 alunos do pré-escolar e 1º ciclo do Ensino Básico que, decidiram os professores, festejariam o Carnaval mascarando-se e brincando nos respectivos estabelecimentos de ensino.

A decisão mereceu a imediata crítica da Câmara Municipal, de maioria socialista, e também da Associação de Pais, cujo presidente, Eduardo Bastos, disse ontem à noite à Lusa já ter “a informação, embora oficiosa”, de que iria “mesmo haver desfile”.

O PÚBLICO tentou obter uma reacção do Ministério da Educação, mas sem êxito.


Um único e último comentário... que eu tenho é de ir tomar a minha dose de Triticum e Xanax... e rezar para que Santo António me dê paciência:

reparem como estão a transformar a escola num circo e os professores em simples marionetas e palhaços!

(até quando?)

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quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Nunca foi tão verdade

"Uma sociedade de carneiros acaba por gerar um governo de lobos"

    Vítor Hugo


Ou... visto de outra forma...

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Pelos vistos... nem estes entendem!

REQUERIMENTO

No âmbito do Processo de Avaliação do Desempenho Docente, os prazos de entrega de objectivos individuais referidos no Decreto Regulamentar n.º 1-A/2009, de 5 de Janeiro foi já ultrapassado.

A Assembleia da Republica tem conhecimento de que, apesar do referido prazo ter expirado, milhares de professores decidiram não participar nesse procedimento.
Ora, esta circunstância factual – sobre a qual se prescinde, nesta sede, de qualquer valoração – tem sido causa de enorme incerteza e indefinição nas nossas escolas.
Com efeito, as soluções normativas em vigor não se apresentam claras e inequívocas, designadamente, para quem tem a responsabilidade de fazer cumprir a lei e executar o referido processo de avaliação de desempenho.

As insistentes questões que, em diferentes momentos e fóruns, têm sido formuladas e dirigidas ao Ministério da Educação, pelos Presidentes de Conselhos Executivos, por docentes, por jornalistas ou, até, por Deputados, têm esbarrado num insustentável silêncio.

Assim, o Grupo Parlamentar propõe que a Comissão Parlamentar de Educação e Ciência remeta ao Ministério da Educação um requerimento com o seguinte teor:

• De forma a melhor se habilitar para interpretar o quadro normativo vigente, a Comissão Parlamentar de Educação e Ciência vem por este meio requerer ao Ministério da Educação se digne prestar o seguinte esclarecimento:

Na interpretação do Ministério da Educação, quais as consequências legais e disciplinares e qual o enquadramento legal que decorrem da ausência de entrega dos respectivos objectivos individuais por parte dos docentes, no âmbito do vigente processo de avaliação do desempenho docente?

Lisboa, 17 de Fevereiro de 2009.
A Comissão de Educação e Ciência


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Será que, DESTA VEZ, a Ministra e/ou os seus Sectários, perdão, Secretários de Estado responderão de forma DIRECTA E VERDADEIRA?

Estou muito curioso...

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terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Mário Crespo - Opinião

(ARTIGO DE MÁRIO CRESPO - JN)

Está bem... façamos de conta


Façamos de conta que nada aconteceu no Freeport. Que não houve invulgaridades no processo de licenciamento e que despachos ministeriais a três dias do fim de um governo são coisa normal. Que não houve tios e primos a falar para sobrinhas e sobrinhos e a referir montantes de milhões (contos, libras, euros?). Façamos de conta que a Universidade que licenciou José Sócrates não está fechada no meio de um caso de polícia com arguidos e tudo.

Façamos de conta que José Sócrates sabe mesmo falar Inglês. Façamos de conta que é de aceitar a tese do professor Freitas do Amaral de que, pelo que sabe, no Freeport está tudo bem e é em termos quid juris irrepreensível. Façamos de conta que aceitamos o mestrado em Gestão com que na mesma entrevista Freitas do Amaral distinguiu o primeiro-ministro e façamos de conta que não é absurdo colocá-lo numa das "melhores posições no Mundo" para enfrentar a crise devido aos prodígios académicos que Freitas do Amaral lhe reconheceu. Façamos de conta que, como o afirma o professor Correia de Campos, tudo isto não passa de uma invenção dos média. Façamos de conta que o "Magalhães" é a sério e que nunca houve alunos/figurantes contratados para encenar acções de propaganda do Governo sobre a educação. Façamos de conta que a OCDE se pronunciou sobre a educação em Portugal considerando-a do melhor que há no Mundo. Façamos de conta que Jorge Coelho nunca disse que "quem se mete com o PS leva". Façamos de conta que Augusto Santos Silva nunca disse que do que gostava mesmo era de "malhar na Direita" (acho que Klaus Barbie disse o mesmo da Esquerda). Façamos de conta que o director do Sol não declarou que teve pressões e ameaças de represálias económicas se publicasse reportagens sobre o Freeport. Façamos de conta que o ministro da Presidência Pedro Silva Pereira não me telefonou a tentar saber por "onde é que eu ia começar" a entrevista que lhe fiz sobre o Freeport e não me voltou a telefonar pouco antes da entrevista a dizer que queria ser tratado por ministro e sem confianças de natureza pessoal. Façamos de conta que Edmundo Pedro não está preocupado com a "falta de liberdade". E Manuel Alegre também. Façamos de conta que não é infinitamente ridículo e perverso comparar o Caso Freeport ao Caso Dreyfus. Façamos de conta que não aconteceu nada com o professor Charrua e que não houve indagações da Polícia antes de manifestações legais de professores. Façamos de conta que é normal a sequência de entrevistas do Ministério Público e são normais e de boa prática democrática as declarações do procurador-geral da República. Façamos de conta que não há SIS. Façamos de conta que o presidente da República não chamou o PGR sobre o Freeport e quando disse que isto era assunto de Estado não queria dizer nada disso. Façamos de conta que esta democracia está a funcionar e votemos. Votemos, já que temos a valsa começada, e o nada há-de acabar-se como todas as coisas. Votemos Chaves, Mugabe, Castro, Eduardo dos Santos, Kabila ou o que quer que seja. Votemos por unanimidade porque de facto não interessa. A continuar assim, é só a fazer de conta que votamos.

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O homem viaja pelo país... desesperada...mente...

Sócrates faz mais uma promessa: aliviar a carga fiscal da classe média



Bem... da outra vez prometeu que não ia aumentar os impostos... e fez exactamente o contrário! "Está-lhe no sangue"!

Desta vez não prometeu (outros) 150 mil empregos... não pediu a maioria absoluta... pediu aos independentes para se juntarem ao debate no PS (deve ser por causa de muitos que estavam no partido terem rasgado o cartão... digo eu...), disse que bateu todos os recordes "em termos de recuperação das dívidas ao fisco"... mas não explicou se muitas dessas cobranças foram feitas - ou não - a empresas a quem o próprio Estado devia dinheiro!

Ah: também prometeu um "PS unido, aberto e seguro de si" (fiquei a pensar que, para haver a necessidade de fazer esta "promessa", é porque o PS tem estado desunido - ou apenas unido à custa do medo -, fechado e inseguro).

Ficou por esclarecer, parafraseando Santos Silva, em quem é que vão "malhar"! Mas pareceu-me que, para além dos que estão à sua esquerda e à sua direita - falo dos partidos, é claro -, de alguns "tios e primos"... era nos que estão acima das "classes médias" (será nos clientes do BPN e do BPP?).

Eu só não sei é se ainda existe uma "classe média" em Portugal... mas sei que esta promessa não passa de propaganda e de algo que não vai aproveitar a ninguém, em termos práticos. A não ser aos parolos que se vão deixar enganar... de novo!

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segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Encontro de PCE's - comunicado final

No dia 7 de Fevereiro do corrente ano reuniram, em Coimbra, um número significativo de Presidentes de Conselhos Executivos.

Eis o comunicado final desse Encontro:

Os 212 Presidentes de Conselho Executivo reunidos em Coimbra, consideram que a base do desempenho das suas funções se rege por princípios de gestão democrática da actividade educativa das escolas. Não estando em causa a ofensa do quadro legal em vigor, sublinha-se, porém, que o cumprimento de tal dever não exclui, antes implica, a assunção do dever cívico de garantir o bom funcionamento das Escolas no cumprimento de projectos educativos destinados à melhoria das aprendizagens dos alunos.
O espírito que tem vindo a presidir à iniciativa de encontro de Presidentes de Conselho Executivo é o de, na observância dos princípios de responsabilidade institucional, transmitirem ao Ministério da Educação:
• a convicção de que este modelo de avaliação é um mau instrumento de gestão.
• a convicção de que este modelo não contribui para a melhoria do desempenho da escola pública naquela que é a sua finalidade: garantir a qualidade do ensino.
• que a insistência na aplicação do actual modelo não teve em conta e prejudica a construção de uma ferramenta de avaliação do desempenho docente justa, séria e credível, parecendo ignorar os sinais de preocupação e empenho continuadamente transmitidos pelas escolas, nomeadamente, em reuniões com o Ministério da Educação e documentos enviados pelas mesmas.
• Que as sucessivas adaptações introduzidas no modelo de avaliação, não correspondendo ao acima expresso, promoveram - sob a forma de recomendações e documentos avulso - factores de perturbação da vida nas Escolas, descentrando a atenção dos docentes daquela que é a sua tarefa principal.
• que tal insistência - desvalorizadora das diversas tomadas de posição dos docentes no uso das garantias de participação e protesto inerentes ao funcionamento do regime democrático - parece responder apenas a um objectivo político que se esgota no mero cumprimento de um calendário.
Estas preocupações, transmitidas à Sra. Ministra da Educação em audiência do passado dia 15 de Janeiro, não se alteraram e têm vindo a ser confirmadas, não se tendo dissipado o clima de instabilidade vivido nas Escolas, antes o agudizando.


Assim, é entendimento dos presentes que em relação às questões que envolvem a entrega dos OI, importa sublinhar que:
• na legislação publicada, não figura nenhuma referência à obrigatoriedade de entrega dos mesmos pelos docentes, nem à sua fixação pelo Presidente do Conselho Executivo;
• os objectivos constantes no projecto educativo e no plano anual de actividades da Escola são referência adequada, em si mesmos, à avaliação de desempenho docente.

De igual modo, os presentes consideram fundamental dar continuidade ao desenvolvimento de um trabalho reflexivo e compreensivo sobre as questões essenciais da educação, da função da Escola Pública e da Carreira Docente.
Neste sentido exortam os demais Presidentes de Conselho Executivo do país a associarem-se a esta reflexão.
Este plenário reitera a posição anteriormente assumida, em Santarém, e transmitida à Sra. Ministra da Educação, no sentido da suspensão do actual modelo de avaliação como condição essencial para a defesa inequívoca da Escola Pública e da qualidade do ensino.


Entretanto, a Ministra da Educação continua a afirmar:


"Está tudo a correr com normalidade. Com dificuldades, mas com normalidade".

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Recordando

O que diz o Artigo 15.º do Decreto Regulamentar n.º 2/2008, de 10 de Janeiro:

Artigo 15.º
Fases do processo de avaliação
O processo de avaliação compreende as seguintes fases sequenciais:
a) Preenchimento da ficha de auto -avaliação;
b) Preenchimento das fichas de avaliação pelos avaliadores;
c) Conferência e validação das propostas de avaliação com menção qualitativa de Excelente, Muito bom ou de Insuficiente, pela comissão de coordenação da avaliação;
d) Realização da entrevista individual dos avaliadores com o respectivo avaliado;
e) Realização da reunião conjunta dos avaliadores para atribuição da avaliação final.


Não vejo ali, como fase do processo de avaliação, a famigerada "Entrega dos Objectivos Individuais"!

Lendo o Artigo 44.º do ECD (Decreto-Lei 15/2007, de 19/01) também não enxergo!

Se calhar tenho de voltar ao oculista... deve ser um problema das lentes progressivas! :)

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Objctivos Individuais

No meu Agrupamento:
entrega dos Objectivos Individuais - data limite - 2009/02/09

Eu não entreguei!

E tu... "vergaste a espinha"?

(desculpa a acidez; eu sei que estás cheio/a de medo e não queres prejudicar a tua carreira; quando fores considerado/a "Excelente"... terei muito gosto em trabalhar contigo e sei que terei imenso a aprender contigo...)

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