Mais do mesmo

Mais do mesmo... mesmo do que é demais! Há 16 anos... maisdomesmo.np@gmail.com

sábado, 31 de maio de 2008

Aos poucos

Depois de 19 meses a levar "pancada", era difícil resistir mais!

Caí, é verdade. Mas a vontade de me levantar é muita... e já comecei a erguer-me!

Vou dar tempo ao tempo!...

Ah, e a verdade é como o azeite!...

PS. Obrigado a todos pelas inúmeras palavras de ânimo que me têm feito chegar pelas mais diversas formas!

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quarta-feira, 28 de maio de 2008

Parece futebol, mas não é

Imaginem que treinam uma equipa de futebol. Vá lá, não é difícil... todos nós somos "treinadores de bancada"! :)

Imaginem que na vossa equipa há um jogador a quem vocês - sabe-se lá porquê - pedem que seja defesa, médio e avançado... e, num ou outro jogo, que vá à baliza defender penalties. E - por que não? - que seja massagista no intervalo dos jogos. Imaginem ainda que o tipo joga sempre 90 minutos e que apenas falha um jogo, por lesão, durante todo o campeonato. Conseguem imaginar? :)

Ter um jogador destes seria formidável... certo? E então se o tipo ainda conseguisse passar pela bancada para bater palmas aos colegas e voltasse ao jogo e fosse marcando o golo da vitória... seria o delírio! E se o tipo ainda ficasse lá no estádio, à noite, a aparar a relva... meu Deus, seria divinal! E agora imaginem se, para tudo isso, apenas lhe tivessem de pagar mais uns 100 euros! :P

Mas o mais certo - mesmo admitindo que um jogador assim possa existir - seria a certa altura ele já não saber bem se é defesa ou avançado... se deve passar a bola ao colega que se vai a desmarcar ou rematar à baliza... se deve ser ele a marcar o canto ou ficar na área para tentar fazer o golo. E depois - é claro - sempre seria alguém a quem facilmente poderiam culpar por um qualquer fracasso da equipa, por mais errada que tenha sido a táctica por vós adoptada. Concordam?

Sei que vocês estão a pensar que é impossível haver um treinador que fizesse isto... sei que estão a pensar que um jogador assim seria simplesmente um "deus" e não um ser humano.

Pois é... mas eu não estou tão certo que este "tipo" de "treinador" e "jogador" não exista mesmo em muitas empresas, repartições, hospitais ou escolas.

Acreditem em mim: há "jogadores" destes que acabam no manicómio... e ainda por cima ridicularizados pelos "treinadores"!

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quinta-feira, 22 de maio de 2008

Útil

Um site muito interessante... com informações úteis!

Talvez até possa ser utilizado nas aulas... se houver acesso à Internet, claro! :)

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segunda-feira, 19 de maio de 2008

O melhor era trocar de camisola



Afinal parece que terei de desempenhar mais uma tarefa: classificar umas 60 provas de aferição... de Língua Portuguesa!
Serão mais 60 horas (extraordinárias) de trabalho? 50 horas? 35 horas?

Seja o que for, o mais engraçado é que nem sequer vou ganhar mais "uns trocados" para comprar uma nova "t-shirt"! E é óbvio que terei de despir a camisola que tenho envergado... e trocá-la por uma outra de tamanho "XL"... eu que até tenho emagrecido!

Na próxima 4.ª feira lá terei de faltar às aulas para ir a uma reunião. Sim, faltar às aulas "é muito mau"... mas desta vez não é escândalo nenhum, esta será uma "boa falta"! Não é uma falta por ter a minha filha doente ou eu próprio estar "a cair para o lado"! Não, nada disso! É para ir a uma reunião de aferição de critérios!

Por acaso nesse dia, ou melhor, ao fim da tarde desse dia, até tinha uma consulta marcada no psiquiatra (sim, isso mesmo, um daqueles médicos que nos tratam da "tola"), mas fui informado que não posso faltar! À reunião... claro!

Pronto! Lá estarei...

**********************

Post Scriptum:
e lá fui e lá estive. Mas não há nada que um pouco de diálogo não possa resolver: depois de explicada "a minha situação", passei de imediato à condição de suplente! :)
Mas atenção: apenas foi aplicado o critério em uso na UA para casos similares... :)

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quinta-feira, 15 de maio de 2008

Já não tenho mais espaço na camisola



Mais trabalho, mais responsabilidades, mais horas... o mesmo salário?

Sim, mais do mesmo!

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Os exemplos que eles dão [2]

Como diz o outro: faz o que eu digo, não o que eu faço!

PS. Não fumo, obrigado!

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Os exemplos que eles dão

E faltam... e faltam... e ainda falam dos professores...

PS. Até à data presente, faltei duas vezes ao serviço: uma greve e um artigo 102.º!

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quarta-feira, 14 de maio de 2008

Não é por aqui que isto demora

"Carolina Salgado e Pinto da Costa estiveram esta quarta-feira, no Tribunal de Gondomar, para um frente-a-frente que demorou apenas seis minutos[...]"

Foi, portanto, uma "rapidinha"... :)

PS. Já era tempo de o Apito Dourado conhecer um desfecho, caramba...

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terça-feira, 13 de maio de 2008

Foi às 12:15 h


5 anos... como o tempo voa...

    Parabéns, Raquel!...

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quinta-feira, 8 de maio de 2008

Afonso

Local: Guarda
Hora: 19,30 h
Peso: 3,750 Kg...

Bem-vindo, Afonso!... :)

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Mais uma situação pontual

"Um rapaz de 18 anos foi hoje esfaqueado no ombro, na Escola Secundária Matias Aires, no Cacém, tendo sido encaminhado para o Hospital Amadora-Sintra, segundo fonte da PSP.

A mesma fonte informou que o alegado agressor de 17 anos se encontra "detido por posse de arma ilegal",e que outro aluno foi agredido com um taco extensível.

Na sequência da agressão, o jovem esfaqueado foi encaminhado para o hospital Amadora-Sintra e, segundo fonte hospitalar, já teve alta ao princípio da tarde apresentando ferimentos ligeiros."


Nada de alarmes: desta vez não foi contra um professor... e, como é costume, apenas se trata dum caso pontual e sem grande significado! É para desvalorizar, ok?

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quarta-feira, 7 de maio de 2008

Novo Director Nacional da PJ é "da casa"

Leio no "Portugal Diário":

O novo director nacional da Polícia Judiciária (PJ), Almeida Rodrigues, vai tomar posse sexta-feira, disse à Lusa fonte do Ministério da Justiça.
Almeida Rodrigues, até agora subdirector nacional adjunto na Directoria de Coimbra da PJ, sucede a Alípio Ribeiro à frente da Polícia Judiciária.
José Maria de Almeida Rodrigues, 49 anos, licenciado em Direito, é coordenador de investigação criminal da PJ, tendo sido um dos três directores nacionais adjuntos no mandato do antigo director nacional da Judiciária Santos Cabral.
A nomeação de Almeida Rodrigues para dirigir a PJ foi divulgada terça-feira em comunicado do Ministério da Justiça, onde foi referido que o ministro da Justiça, Alberto Costa, «aceitou o pedido de demissão que lhe foi entregue pelo director nacional da PJ [Alípio Ribeiro]».
A cerimónia de posse de Almeida Rodrigues realizar-se-á pelas 15h30 de sexta-feira, adiantou a fonte do Ministério da Justiça.


Entretanto, no "Público", li esta passagem:

O ministro da Justiça, Alberto Costa, considerou hoje que a nomeação de um polícia de carreira para director nacional da Polícia Judiciária (PJ) "tem uma base legal clara" e é "uma prova da maturidade da instituição".


Ou seja:

enquanto para um cargo de tanto relevo e importância é escolhido um polícia, um inspector, um homem "da casa" (com quem ainda recentemente me cruzei quando ambos fazíamos compras numa grande superfície"... lol), na Escola Pública o Governo acabou com a gestão democrática, exercida por professores, instituindo, no seu lugar, um Conselho Geral de onde resultará um "Todo-Poderoso Director" que, por sua vez, escolherá os coordenadores dos diversos órgãos. E pela mente de muitos até passou a ideia que esse "Todo Poderoso Director" não tinha de ser um professor...

Continuamos sem conhecer que avaliação foi feita para se ter chegado à conclusão que a "gestão democrática das escolas" tinha falido... mas parece ficar a certeza que a Ministra da Educação não consegue acreditar na "maturidade da instituição"... escolar e docente... quando, ainda há bem pouco tempo, um estudo revelou que os profissionais em quem os portugueses mais confiam e a quem confiariam mais poder era precisamente aos professores!...

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Obviamente... demitiu-se!

Pedido de demissão entregue ao Presidente da Assembleia do Agrupamento Vertical de Escolas de Azeitão

Vai para três anos que, culminando um processo democrático amplamente participado, tomou posse este Conselho Executivo.
Assumimos, então, o compromisso de ‘cumprir com lealdade’ as funções que nos eram confiadas, funções que decorriam de um quadro legislativo bem diverso do actual.
Neste exercício, democratizámos as relações inter-pares, gerámos expectativas e esperanças, fomentámos a iniciativa e a criatividade, quisemos aprofundar a relação pedagógica, libertando os professores de tarefas menores, para benefício dos alunos.
Respeitando as pessoas e dignificando a Escola. Porém, as regras mudaram a meio do jogo. É agora bem diferente enquadramento legal que regula a nossa acção.
Uma incontinência legislativa inexplicável minou e desvirtuou os compromissos que assumíramos: *não nos propusemos asfixiar os professores em tarefas burocráticas sem sentido, alheias ao objecto da sua missão; não nos propusemos fragilizar o estatuto dos profissionais da educação; não nos propusemos submergir os docentes em relatórios, planos, projectos, registos, sem que daí resultassem vantagens ou benefícios para os alunos; nem nos propusemos liquidar o espaço de participação democrática na escola.
Com a actual publicação do Dec. Lei nº 75/2008 suprime-se tudo o que de dinâmico, criativo e participado existia na gestão das escolas.
A opção por um órgão unipessoal - o director, a sua selecção num colégio eleitoral restrito, as nomeações dos responsáveis pelos cargos de gestão intermédia pelo director, são medidas que não têm em conta os princípios de uma gestão assente na separação de poderes entre os vários órgãos. Este diploma potencia riscos de autocracia e não reconhece o primado da pedagogia e do científico face ao administrativo.
Encerra uma lógica economicista e empresarial adversa à verdadeira missão da escola.
Não valoriza nem reconhece a diversidade de opiniões e a consequente construção de consensos como motores privilegiados da mudança e da promoção de uma escola de qualidade.
Não permite que a instituição escolar se constitua como um espaço privilegiado de experiências de cidadania.
Em suma, passados 34 anos sobre o 25 de Abril, o modelo democrático de gestão chegou ao fim.
E aos órgãos democraticamente eleitos, convertidos em comissão liquidatária, é ‘encomendada’ a tarefa de, negando a sua própria natureza, abrirem caminho a um ciclo de autoridade não sufragada, de centralismo, e até de governamentalização da vida das escolas.
Por considerar que o novo modelo de gestão atenta contra valores e princípios que sempre defendi, e por não querer associar-me à sua implementação, eu, Maria Leonor Caldeira Duarte, apresento o pedido de demissão do cargo de Vice-presidente do Conselho Executivo do Agrupamento Vertical de Escolas de Azeitão.
Com os melhores cumprimentos
Azeitão, 28 de Abril de 2008
Maria Leonor Duarte



* [sublinhado de minha responsabilidade]

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Esta atitude é o ponto de encontro da dignidade, da verticalidade e da lógica!

Não há por aí seguidores?

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Naum ás reprovassões

(recebido por e-mail)

Eu axo q os alunos n devem d xumbar qd n vam á escola. Pq o aluno tb tem direitos e se n vai á escola latrá os seus motivos pq isto tb é perciso ver q á razões qd um aluno não vai á escola. primeiros a peçoa n se sente motivada pq axa q a escola e a iducação estam uma beca sobre alurizadas.

Valáver, o q é q intereça a um bacano se o quelima de trásosmontes é munto montanhoso? ou se a ecuação é exdruxula ou alcalina? ou cuantas estrofes tem um cuadrado? ou se um angulo é paleolitico ou espongiforme? Hã?

E ópois os setores ainda xutam preguntas parvas tipo cuantos cantos tem 'os lesiades', q é um livro xato e q n foi escrevido c/ palavras normais mas q no aspequeto é como outro qq e só pode ter 4 cantos comós outros, daaaah.

Ás veses o pipol ainda tenta tar cos abanos em on, mas os bitaites dos profes até dam gomitos e a malta re-sentesse, outro dia um arrotou q os jovens n tem abitos de leitura e q a malta n sabemos ler nem escrever e a sorte do gimbras foi q ele h-xoce bué da rapido e só o 'garra de lin-chao' é q conceguiu assertar lhe com um sapato. Atão agora aviamos de ler tudo qt é livro desde o Camóes até á idade média e por aí fora, qués ver???

O pipol tem é q aprender cenas q intressam como na minha escola q á um curço de otelaria e a malta aprendemos a faser lã pereias e ovos mois e piças de xicolate q são assim tipo as pecialidades da rejião e ópois pudemos ganhar um gravetame do camandro. Ah poizé. tarei a inzajerar?

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O mêu kumentariu:

naum, pá, axo que naum tás nada a inzajerar... axo k dvias faser mm o curço de otelaria. Na boinha!

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terça-feira, 6 de maio de 2008

Um bom professor tem de ser um bom palhaço


(Link)

Já não falta tudo... as bases têm sido lançadas nos últimos três anos... e o projecto está quase concretizado! Faltam, apenas, uns pequenos acertos...

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segunda-feira, 5 de maio de 2008

Acções de formação sobre avaliação de desempenho

(recebido por e-mail, com sublinhados meus)

«Colegas: Quero partilhar convosco a minha perplexidade perante a oferta do INA (Instituto Nacional de Administração, IP) para Acções de formação visando a Avaliação do desempenho docente ao preço de DUZENTOS EUROS por pessoa. Poder-se-á deduzir daqui a "pressão" no processo de avaliação ou então fica confirmada a americanização do sistema de ensino em Portugal?!..
Ao consultar a página do INA poderá verificar-se que relativamente à oferta de 7 Seminários propostos, quatro, em Oeiras, já estão esgotados. Sabendo que cada Seminário tem um número máximo de 25 formandos, nestes quatro seminários o Instituto Público vai "arrecadar" 20 000 Euros. Se os outros 3 se vierem a realizar (um em Oeiras, outro em Semide e outro ainda na Escola Martim de Freitas em Coimbra) são mais 15 000 Euros, ou seja, um total de 35 000 Euros no espaço de um mês.
Os temas propostos nestas acções são importantes para os Conselhos Executivos, Coordenadores, Docentes, etc., mas será que os Professores ganham assim tanto que possam estar a pagar a sua formação ou é ao Ministério da Educação que compete financiar a Formação que se propôs fazer?
Se estas acções continuarem a "esgotar", significa que há público para elas e há quem possa pagar. Se os professores se juntarem e exigirem formação gratuita ao Ministério, então estes Institutos poderão ser financiados através dos nossos impostos e não duplamente pelos professores.
Reajam a esta situação!
Encaminhem para outros colegas professores.
Um abraço
Rosário Gama»


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Não percebo: então era tão simples fazer a avaliação, era tão exequível... os professores não tinham nada de estar preocupados... e agora já são precisas acções de formação? Um dia destes fazem-se Mestrados e Doutoramentos sobre como avaliar os professores, não?...

Outra coisa:

mais algum grupo profissional, em Portugal, tem de pagar do seu bolso para "aprender" a fazer a avaliação do seu desempenho... e a dos colegas?

Não deixa de ser caricato ir gastar dinheiro em formação para aprender "como impedir que os colegas de profissão possam progredir na carreira e ganhar mais dinheiro"!

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domingo, 4 de maio de 2008

Salários mais altos


(clicar no artigo para aumentar)

Já o sabíamos... mas esses só existem, verdadeiramente, nos "altos cargos"!

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O mercado das Explicações

Mercado das explicações não tem regras e acentua [correcção da frase original] desigualdades

Aveiro, 03 Mai(Lusa) - O mercado de explicações cresce sem regulação, acentuando desigualdades entre alunos, já que uns pagam para subir uma décima que pode ser decisiva para o ingresso na universidade, considerou hoje um especialista em Ciências da Educação.

O quadro foi hoje traçado com preocupação por Jorge Adelino Costa, do Departamento de Ciências da Educação da Universidade de Aveiro, no V Simpósio de Organização e Gestão Escolar, que durante dois dias reuniu docentes e investigadores naquela universidade.

Durante seis anos, uma equipa de investigadores que Jorge Adelino Costa integrou recolheu dados em escolas de uma cidade média do centro do país, cujos resultados não serão muito diferentes da realidade nacional: 60 por cento dos alunos do 12º ano frequentam explicações e os pais gastam entre 70 e 240 euros mensais, conforme o número de disciplinas. Matemática, Física, Química e Geometria Descritiva são as principais áreas.

"É quase um terceiro sistema de ensino e provavelmente os gastos com as explicações em Portugal são já superiores aos do ensino privado. O volume é tal, que o fenómeno tem de ser estudado", comentou à Lusa.

O investigador adverte para as questões de igualdade de oportunidades que o fenómeno levanta, quer em função das possibilidades económicas das famílias, porque nem todos os pais têm dinheiro para os filhos frequentarem as explicações, quer geográficas, já que no interior do país a oferta de explicações não é a mesma.

Parte desse mercado está escondido. São os "explicadores domésticos" que tiram dúvidas na garagem, no hall da casa, até na cozinha, e raramente declaram a actividade ao fisco.

Mas há também cada vez mais empresas organizadas a competir, com estratégias de captação de clientes, e algumas multinacionais a operar no mercado português.

Jorge Costa acentua a urgência de um maior investimento nas escolas, não necessariamente financeiro, para que os alunos não precisem de recorrer a esses serviços e da regulação que tarda.

"Os políticos não querem falar disso e os professores e as escolas não discutem muito estas questões", observa.

A "Educação na sombra" progride sem regras e gera distorções: qualquer pessoa pode dar explicações, as horas e às disciplinas que quiser e nas condições que tiver.

O fenómeno influencia as performances das diferentes escolas e muitas vezes introduz elementos de perturbação na sala de aulas.

"Fazem-se rankings das escolas com base no 12º ano e constatamos que em muitas das melhores escolas os alunos são apoiados por explicações. Estamos a avaliar o quê? As escolas ou os explicadores?", questiona o investigador.

As implicações fazem-se sentir também na "gestão da sala de aulas", em que os professores são confrontados com um grupo de alunos que domina a matéria, porque anda nas explicações, enquanto os outros não.

Chegam a ser contrariados por alunos quando estão a ensinar porque o explicador "ensinou" de outra maneira.

"Não podemos contrariar esse mercado, mas falta a articulação com as escolas. Há países onde os estabelecimentos de ensino fazem protocolos com centros de explicações para haver essa articulação", explica.

Numa década, o panorama mudou radicalmente. Enquanto há 10 ou 15 anos, os alunos "escondiam que andavam em explicações" porque estas eram frequentadas sobretudo por estudantes que tinham dificuldades às respectivas disciplinas, hoje as explicações são encaradas como mais um trunfo na competição pelo ingresso no ensino superior e chegam a ser uma moda.

"Cada vez mais são alunos com classificações elevadas e bons desempenhos académicos que frequentam as explicações, por causa do acesso ao ensino superior, mas também andar na explicação é moda e não tanto uma necessidade. Hoje parece bem e é chique", ironiza Jorge Costa.

O investigador dá conta de que "há escolas que oferecem um processo de explicações fora das aulas, mas os alunos preferem tê-las no exterior, onde se aplicam mais e sentem maiores obrigações porque os pais estão a pagar".

MSO

Lusa/Fim


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O meu primeiro comentário, em relação ao parágrafo sublinhado e a "bold", é o seguinte:

poder-se-ia começar já, no ensino obrigatório, por acabar com todas as disciplinas idiotas que foram criadas na última década... acabar com o "show off" e o "tempo perdido" que muitas actividades do Plano Anual de Actividades implicam, já que poucas vantagens académicas trazem para os alunos... acabar com a treta da "escola a tempo inteiro", que apenas transformou a escola num "enorme recreio" (em sentido lato), com o consequente agravamento dos problemas de indisciplina e falta de tempo para o apoio que se poderia dar aos alunos com mais dificuldades... e poder-se-ia começar uma política de maior exigência para com os próprios alunos... e não apenas para com os professores, que têm vontade de ensinar, mas cada vez mais são afastados dessa sua missão.

Por outro lado, dou comigo a pensar que, face ao desânimo que "esta nova escola" me provoca e face à destruição da carreira docente, o melhor seria procurar outro rumo para a vida, saindo da docência na escola pública. Infelizmente, com a minha idade, com a minha situação familiar e com os anos (20) que já investi no ensino, não é fácil... nada fácil!...

Uma das opções que encaro é ser "explicador" em casa (não gastava nas deslocações... poupava o carro... poupava a minha saúde física e mental... e podia ter mais tempo para ser pai e marido), para alunos cujos pais chegassem à conclusão - e chega-se lá com facilidade - que a escola não vai melhorar, não vai ensinar mais e melhor... porque a tendência é cada vez haver mais confusão, dispersão e facilitismo (basta ir acompanhando o que tem sido legislado e ler a entrevista que a Ministra da Educação deu enquanto ia comendo umas bolachinhas).

Uma outra opção é emigrar para Angola... onde me parece que será mais fácil e leal lidar com a corrupção instalada e as minas terrestres do que com a política deste Governo "ex-PS" e deste Ministério da Educação!

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quinta-feira, 1 de maio de 2008

Café Mondego

"Café Mondego" é um programa de conversa transmitido pelo Rádio Altitude, da Guarda, realizado por Américo Rodrigues (actor, encenador, poeta - entre outras coisas). O blogue refere-se ao programa, ao autor, mas também a assuntos que tenham relação com a Guarda.

CAFÉ MONDEGO

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