Mais do mesmo

Mais do mesmo... mesmo do que é demais! Há 16 anos... maisdomesmo.np@gmail.com

sábado, 29 de novembro de 2008

Olha elas ali tão giras convidadas pelo PS!

Se viram o "Prós e Contras", olhem bem e confirmem quem elas são... vejam quem a Fátima Campos Ferreira escolheu para "representar" os professores!

Afinal não são meras presidentes de Agrupamentos como se identificaram...

Armandina Soares - no Fórum Novas Fronteiras. Recordo que esta PCE denunciou, sem concretizar, que havia coacção física contra professores/as que queriam este modelo de avaliação.

Luísa Tavares Moreira - no Fórum Novas Fronteiras. Recordo que preside ao Agrupamento que o editorial da revista "Sábado" (edição n.º 238) anuncia como sendo um caso em que avaliação decorre sem problemas, em que não há burocracia sem fim, reuniões pela noite dentro ou um esforço sobre-humano. Ali faz-se - dizia a "Sábado" - o que é cada vez mais raro em Portugal! :)

Pois é... e assim lá estavam elas no "Prós e Contras"... provavelmente por serem... "pró" PS, "pró" Governo e "prá" Ministra! :)

[ironic mode] PS: eu percebo que não houvesse muitos outros Presidentes de Conselhos Executivos disponíveis, pois todos têm andado muito ocupado em reuniões com as DRE's ou a ajudar a redigir moções a pedir a suspensão do modelo de avaliação![/ironic mode]

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quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Professores do Centro em luta

Segundo uma sms que recebi, são estes os números de docentes presentes nas manifestações que aconteceram na região Centro:

Aveiro - 3.000
Castelo Branco - 2.000
Coimbra - 7.000
Guarda - 3.000
Leiria - 3.000
Leiria - 3.000
Viseu - 4.000
Lamego - 1.000

Mais uma vitória dos professores! :)

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terça-feira, 25 de novembro de 2008

Professores do Norte em luta

Os professores do Norte resistem... e muito! Nem o frio os faz desistir! :)

Acabei de receber a seguinte sms, enviada por uma coordenadora do SPRC (obrigado, Lena):

Porto - 20.000 (segundo a PSP);
Vila Real - 3.000
Viana do Castelo - 3.500
Bragança - 2.000 (de 2.300 professores)
Braga- já estão 5.000...

Nova vitória dos professores! :)

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domingo, 23 de novembro de 2008

Isto vai-me ser muito útil, ai vai, vai!

Quando andava a "navegar" por alguns sítios da Internet, calhei passar pelo sítio da CONFAP, onde me deparei com um "manual" do ME com as questões mais frequentes sobre a avaliação dos professores.

Fui lendo... sorrindo... até que vi algo que me vai ser muito útil, mesmo sendo - ou precisamente por ser - uma MENTIRA!

Resolvi, então, enviar um e-mail à CONFAP e aos seu Presidente. Aqui o transcrevo...

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Querem que aponte uma MENTIRA? Ei-la:

«De qualquer forma, essa classificação não tinha nenhum efeito, uma vez que todos os professores mesmo os que não faziam estes relatórios ou não davam aulas progrediam na carreira em igualdade de circunstâncias.»

Isto é FALSO. Eu, por exemplo, por não ter entregue o relatório em devido tempo, não progredi. Mas agora até vou levar esta afirmação do ME a tribunal, para recuperar o tempo que perdi. Ou seja, esta MENTIRA vai-me servir para recuperar o que me foi tirado! Obrigado!

Já agora, queria lembrar que os sucessivos Governos nunca regulamentaram a possibilidade de os professores poderem aceder ao BOM ou MUITO BOM.
Cumprimentos

@@@@

AVISO DE CONFIDENCIALIDADE: Esta mensagem, assim como os ficheiros eventualmente anexos, é confidencial e reservada apenas ao conhecimento da(s) pessoa(s) nela indicada(s) como destinatária(s). Se não é o seu destinatário, solicitamos que não faça qualquer uso do respectivo conteúdo e proceda à sua destruição, notificando o remetente.
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sábado, 22 de novembro de 2008

Desaparecida



O Inverno ainda vem longe, mas tenho saudades desta árvore: já desapareceu!

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sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Para rir até às lágrimas

Li algures:

"O presidente da Confederação de Pais diz estar preocupado, até porque há uma greve já agendada para Janeiro que vai coincidir com um dia de aulas."

Ó Mário Nogueira e restante pessoal da Plataforma Sindical: marquem lá a greve para o dia de Natal, caraças... :)

(entretanto, em primeira mão, mostro-vos o tamanho do cérebro do autor desta brilhante frase...)

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Queriam mais um motivo para se demitirem?

Lê-se, sem grande surpresa, ao contrário do que disse Mário Nogueira à saída da reunião com o Ministério da Educação:

Adaptação do SIADAP aos Conselhos Executivos está a ser "ponderada", diz tutela.

Isto cheira-me a "vingança"... ou será a simples constatação de que os CE's não são constituídos por "professores", mas por "gestores"?

Curiosamente, encontrei esta manhã um ex-colega do tempo do "Liceu", também ele professor (de Música). Falámos dos temas da actualidade e, como é natural, de toda esta trapalhada que tem sido a implementação do processo de avaliação dos professores.

A certa altura da conversa, em que verificámos que ambos temos amigos e conhecidos em Conselhos Executivos, ele falou-me do caso de um ex-Presidente do CE do seu Agrupamento que cumpriu o seu mandato, mas nem sequer ponderou a sua continuidade, precisamente por não estar nada de acordo com a política educativa deste Ministério e por se considerar constantemente "maltratado" pela tutela. Lembrei-me de imediato do CE do Agrupamento Inês de Castro, o tal que se demitiu em 2006.

Também ele me disse o que ainda há pouco tempo aqui reiterei: a demissão dos Conselhos Executivos (ou deverei dizer "Directores"?) seria uma boa via para fazer o Ministério da Educação "abrir os olhos" e deixar de pensar em acabar com a Escola Pública e com os BONS professores, como tem tentado fazer nos últimos anos!

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Corredor do Poder

Pronto! Deu-me para ver programas "informativos" e de "debate".

Confesso que nem sempre tenho paciência para este tipo de programas onde se ouvem muitos "olhe que não... olhe que não...", mas desta vez o assunto e o convidado justificavam que estivesse atento ao que se ia dizendo.

Mário Nogueira esteve bem, assertivo e irónico qb... Ana Drago acutilante como é sua imagem de marca... os restantes representantes dos partidos da oposição tocaram em alguns pontos importantes... mas tive pena do representante do "ex-PS", Marcos da Cunha e Lorena Perestrello de Vasconcellos, vice-presidente da Câmara Municipal de Lisboa e um super-vereador da Autarquia, pois foi "cilindrado" neste programa.

Ele é avaliado de 4 em 4 anos? Ele disse isso?

Mmmm... claro... e acha muito bem que haja cotas para a progressão dos professores, como acontece nas outras carreiras da Função Pública (essa é, aliás, a grande preocupação do Governo e não a melhoria da escola pública, das aprendizagens dos alunos, etc.). O que vale é que Mário Nogueira foi certeiro na resposta, lembrando (ensinando?) o ex-deputado o quadro de funcionamento das carreiras e recordando-lhe que os professores titulares e os professores têm o mesmo conteúdo funcional! Fiquei com dúvidas que Marcos Perestrello tenha percebido que o que Mário Nogueira lhe quis dizer é que os professores existem para ensinar e não para se andarem a avaliar uns aos outros! Não é para isso (determinar quais os seus colegas que progridem na carreira) que um jovem vai para uma Escola Superior de Educação ou Universidade, não é para isso que um jovem sonha ser PROFESSOR!

Infelizmente, há muitos "Marcos" por aí que não vêem o óbvio!

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Quadratura do Círculo

Ontem vi e ouvi parte do programa "Quadratura do Círculo". Resolvi, na linha do que tenho feito nas últimas semanas, através do envio de documentos alheios (bons textos que recebo, encontro e leio) e outros saídos "da minha pena" a políticos e jornalistas, enviar um email sobre dois temas que se discutiam:

Ei-lo:

Boa noite!

Quem considera que as declarações de Manuela Ferreira Leite são um atentado à democracia, está a tentar passar um atestado de menoridade intelectual ao povo português.

Toda a gente percebeu o que ela quis dizer: as reformas são mais fáceis de fazer numa Ditadura... e em Democracia - que acredita ela e eu que é o sistema que ainda vigora em Portugal -, não se podem fazer CONTRA grupos profissionais, mas COM eles!

Tentar ver qualquer outra coisas para além disso... é desonestidade intelectual!

E continuar a dizer que os professores NÃO QUEREM SER AVALIADOS, é outra falácia. A verdade é que o que os professores não aceitam é a forma como foram seleccionados os professores titulares, que são os avaliadores... os professores não aceitam ser avaliados por quem não é da sua área científica... o que os professores não querem é que acabem com a gestão democrática das escolas, que estudo nenhum provou que não é válido... o que os professores não querem é ser penalizados pelo abandono escolar, que depende de "mil e um" motivos alheios à vontade e acção dos docentes... e tantas outras perversidades criadas pelo modelo "da Ministra".

Que culpa têm os BONS e EXCELENTES professores deste país que nenhum Governo tenha algum dia REGULAMENTADO aquilo que o ECD e modelo de avaliação anterior já previam?!

O PSD e o PS e até o CDS têm muitas responsabilidades nisso... é uma "grande lata" ainda quererem deitar as culpas para cima dos professores e dos seus sindicatos!

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quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Manuel Miranda, um grande homem e professor

Este é um belo texto do professor Manuel Miranda, de Coimbra.
Ai que falta fazem professores como este nas nossas escolas! :)

(Falei hoje com Manuel Miranda, a quem dei os parabéns pelas suas intervenções. Apesar de já se ter aposentado, continua activo e atento! Obrigado, professor!)

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Estimado jornalista Fernando Madrinha,

Sou leitor das suas crónicas semanais no EXPRESSO. As suas crónicas não me são indiferentes. Neste último sábado [8 de Novembro], comentando os protestos dos professores, toda a sua crónica veicula um mal estar pela grandeza da manifestação dos professores em Lisboa no dia 8, uma cidade ocupada por muitos milhares de professores na rua, vindos de todo o país, num desfile cheio de força, de convicção, cheio de verdade e de revolta, determinados numa resposta firme à tutela carreirista.

A sua crónica insinua que os largos milhares de professores desceram a Lisboa "deixando-se conduzir pelo PCP", "a reboque" desse partido que já foi enterrado tantas vezes por jornalistas e analistas da nossa praça, mostra que o jornalista Fernando Madrinha, com coluna num jornal com tanto prestígio como o EXPRESSO, ainda não conseguiu atingir o significado do conflito.

Ainda da sua crónica permito-me destacar a passagem: "mas, hoje, também é muito claro para toda a gente que ao recusarem esta avaliação, os sindicatos - e seguramente muitos dos professores que os seguem acriticamente - estão de facto, a recusar qualquer avaliação". Os professores que pacificamente invadiram e ocuparam Lisboa no dia 8 de Novembro manifestaram-se "acriticamente"? "Muitos"? Pela consideração que tenho pelo cronista e jornalista Fernando Madrinha, permita-me que acrescente mais um comentário. SE os professores em tão expressivo número "andam a reboque" e seguem "acriticamente" partidos políticos e sindicatos que há muitos anos andam a ser enterrados, tantas vezes enterrados nas páginas do EXPRESSO e de outros jornais, não o preocupa essa constatação? É que eu estou profundamente convencido que é entre os professores, é muito particularmente entre os professores que o jornal EXPRESSO tem os seus leitores. É pelos professores que o Expresso garante as suas elevadas tiragens. É que os professores são dos cidadãos deste país que ainda consomem alguma informação. SE os professores seguem "acriticamente" e
"andam a reboque" de organizações já há tantos anos enterradas, os jornais, os jornalistas não têm responsabilidades nesse "seguidismo acrítico". A ser assim, somos levados a concluir que os jornalistas não estão a exercer com competência a sua profissão.

Para concluir, quero deixar aqui bem expresso que este comentário longo à sua crónica inserta no EXPRESSO do dia 15 [de Novembro] resulta da consideração que tenho pelo jornalista Fernando Madrinha. Seguem conteúdos que consultados podem ajudar a compreender o descontentamento dos professores. Na dúvida, uma boa investigação jornalística fornecerá conteúdos e factos esclarecedores.

E ainda antes de terminar:
Eu não estive em Lisboa. Poderia ficar visto entre aqueles que não se "deixam ir a reboque", ficar "encaixilhado" entre os "críticos", longe dos que andam "acriticamente".
Eu não fui, mas o 8 de Novembro foi um daqueles dias em que eu mais senti a tristeza de ter um filho deficiente, de mim dependente, que me limita na vida porque me pede para estar perto dele e me impede de estar onde eu gostaria de ter estado, por convicção.

Com a minha consideração

Manuel Miranda
Coimbra


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Já agora... conheçam o filho do professor Manuel!

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Encontro socialista - Jorge Pedreira em Setúbal

(recebido por email)

"POLÍTICA DE EDUCAÇÃO"

Nos últimos dias recebi SMSs de diversos colegas alertando para a presença do Jorge Pedreira, secretário de estado da educação, numa palestra a realizar em Setúbal, no dia 16 de Novembro às 17h. A palestra era subordinado ao tema "Política de Educação", foi promovida pela distrital do PS mas era aberto a não-militantes. Eu lá apareci, pensando que ia encontrar vários colegas da nossa escola, mas fui o único. No auditório da Estalagem do Sado, estávamos oitenta pessoas, o que corresponde a cerca de metade dos lugares. Esperava ver lá mais gente. Quase todos os presentes eram militantes do PS e percebi mais tarde, pelas intervenções, que cerca de metade dos presentes eram, também, professores. Eu, que sou apartidário e feroz crítico de quase tudo o que seja políticos e seus comportamentos, e nada habituado a estas lides, ali fiquei sentado ao lado de um colega de outra escola, na última fila.
Na mesa estava o secretário de estado, ladeado pelo ex-deputado, actual presidente da distrital do PS (e também pintor) Vítor Ramalho, e por um indivíduo que nunca falou e que desconheço. Na plateia reconheci de imediato o Humberto Daniel, ex-presidente da junta de freguesia de S. Sebastião, e o Paulo Pedroso, deputado do PS.
A palestra foi um misto de operação de charme e de apalpar o pulso aos militantes sobre o assunto em causa. O secretário de estado falou durante 50m, ininterruptamente e sem recurso a qualquer tópico escrito. Trazia, natural e obviamente, a lição mais do que sabida. Disse essencialmente disparates, mentiras e até ofendeu os professores. Aquelas coisas que estamos fartos de ouvir: os professores trabalham poucas horas, nunca foram avaliados, não querem ser avaliados, os sindicatos assinaram e agora não cumprem com o que assinaram, os professores eram uns privilegiados porque progrediam automaticamente nas carreiras, o excessivo abandono escolar, a falta de hierarquias, o premiar do mérito, etc., etc., etc.
Depois houve inscrições para expor opiniões. 27 pessoas se inscreveram, entre as quais eu, que falei mais ou menos a meio. Pensei que a generalidade dos militantes aproveitasse a ocasião para tecer elogios às virtudes do ECD e do seu modelo de avaliação, mas não foi isso que aconteceu. Começou por falar o militante Chocolate Contradanças (é esse o seu nome) que foi professor e se disse desgostoso por ver o estado de desmotivação em que a sua mulher está, ela ainda professora, e referiu que o PS iria perder a maioria absoluta devido a esta ME; foi aplaudido. O Humberto Daniel teve uma intervenção bombástica ao começar por dizer que "por muito menos o Correia e Campos foi para a rua"; foi aplaudido. Outros militantes se seguiram. O Paulo Pedroso teceu críticas ferozes, também preocupado com os resultados eleitorais. Disse "a Escola está agora pior" e, referindo-se a uma passagem do discurso do secretário de estado em que este dizia que os últimos dez anos foram uma barafunda (não me lembro se a palavra foi esta ou outra idêntica) nas escolas, Pedroso lembrou que "o PS esteve 7 desses 10 anos no governo"; foi muito aplaudido. Seguiram-se outras intervenções, de professores, alguns membros de conselhos executivos, ex-professores e militantes do PS, cada uma apontando aspectos diferentes das fraquezas deste modelo de avaliação, raramente se apontando virtudes.
Chegou a minha vez e quis partir mais alguma loiça, pois estava revoltado sobretudo com uma frase dita pelo secretário de estado e que não havia sido ainda comentada por ninguém. No final do seu discurso ele havia dito, referindo-se às negociações com os sindicatos, que não estava na disposição de ceder nem de renegociar. Coroou o seu raciocínio com o provérbio chinês "Quando se dá uma bolacha a um rato, a seguir ele quer um copo de leite." Assim, sem tirar nem pôr! Depois de me apresentar, esclareci que sabia o que era uma metáfora mas que não podia ficar indiferente à contextualização dada àquele provérbio, onde os professores eram comparados aos ratos, e salientei:
– Um professor pode até aceitar uma bolacha e pode até beber um copo de leite, mas também sabe desmontar uma ratoeira.
Tensão na sala, com muitos olhos em cima de mim, de pé, com o microfone na mão. Mas não fraquejei e achei que devia ser ainda mais contundente. Depois de referir as fraquezas deste modelo, a má-fé e as reais intenções que estão por trás dele disse:
– Isto é uma palhaçada!
Continuei dizendo que o ME está sempre a passar à opinião pública que os professores trabalham poucas horas e que têm muito tempo de férias. Lembrei que:
– Em relação às horas, não sei como chegam a essa conclusão, pois eu nunca trabalho menos de 40h por semana, e é frequente trabalhar bem mais. Quanto às férias e às paragens, como nos podem atirar isso à cara se nos limitamos a cumprir o calendário estipulado pelo ministério? Até parece que os professores andam a roubar alguma coisa a alguém.
Sabia que estava a pisar terrenos argilosos, mas arrisquei de novo:
– Isto é uma palhaçada!
Às tantas o Vítor Ramalho interveio e disse que não podia admitir esta linguagem, que se tratava de um encontro de militantes do PS onde as pessoas se respeitavam. Eu, que vejo na generalidade dos políticos pessoas que são tudo menos sérias, estive-me nas tintas para os seus pruridos. Perguntei-lhe se os não-militantes não podiam intervir. Ele disse que sim. Perguntei-lhe se me deixava continuar e concluir a minha opinião. Disse de novo que sim, e eu continuei. Para concluir lembrei-me de uma série de ataques que o secretário de estado fez aos professores e às suas formações. A esses ataques respondi:
– Todos os professores têm formação média, superior ou equiparada, alguns têm mestrado, outros têm doutoramento. Fizeram profissionalização dentro dos moldes estipulados superiormente. Fazem acções de formação e actualização com regularidade. Como nos podem atirar também isso à cara? Lembro que mais de 90% dos professores têm habilitações académicas superiores às do primeiro-ministro.
– Aí é que foram elas! Não se podia falar mal do ai-jesus de todos eles, ali. Pateadas da mesa e de muitos dos presentes na plateia. Ainda perguntei, por duas vezes:
– Estou a dizer alguma mentira?
Ninguém me disse que não. Sentei-me; ninguém bateu palmas. Ouvi atentamente as intervenções seguintes. Um psicólogo referiu que a ministra tem, à partida, qualquer coisa contra os professores, e que isso é notório nas suas intervenções. O último a falar foi um colega que referiu conhecer como funcionam as coisas noutros países da Europa, onde esteve várias vezes em trabalho, e de não saber de nenhum onde os professores sejam divididos em duas carreiras. Questionava ele a que país, afinal, tinha ido o ME inspirar-se.
Para terminar, foi dada a palavra ao secretário de estado, que voltou a falar das virtudes deste modelo de avaliação e da importância de o levar à prática. Foi um discurso circular, onde muito pouco se reflectiram as preocupações colocadas pela plateia.
Foi assim a minha aventura de quatro horas numa palestra promovida pelo partido que suporta o governo que está a destruir o ensino público no nosso país.

    António Galrinho

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Mais uma simplificação

Antes de chegar a casa fui ouvindo notícias que apontavam para uma SIMPLIFICAÇÃO do processo de avaliação dos professores. Tais medidas teriam sido tomadas num Conselho de Ministros extraordinário.

Quando cheguei a casa fui fazer uma rápida leitura dos jornais online... onde encontrei, por exemplo, este artigo.

Leio... e sorrio. Afinal é complicado. Afinal é burocrático. Afinal obriga os professores a muitas horas de trabalho, para além das 35 que, como funcionários públicos, têm de prestar. Afinal havia problemas. Afinal os professores não andavam a inventá-los. Afinal... quando se lê que a "observação das aulas deixa de ser obrigatória", está aqui a prova de que nunca esteve em questão a competência dos professores e a melhoria do processo de ensino-aprendizagem, mas apenas a sua "seriação" e "afunilamento na carreira".

Esta é a SEGUNDA simplificação do modelo. Ora... se já por DUAS vezes o Governo se vê obrigado a simplificar, é porque reconhece que não é possível aplicá-lo tal como está previsto e legislado no Decreto-Regulamentar n.º 2/2008, de 10 de Janeiro.

Conclusão que até um menino de 10 anos tira: essa Lei não serve... o modelo de avaliação NÃO SERVE! Se não serve... só tem de ser suspenso... revogado!...

Mas atenção: o principal problema está no Estatuto da Carreira Docente, que criou a divisão artificial da carreira. E aí é que tem de se centrar a luta dos professores!

O mais irónico é que a Ministra da Educação inventou um sistema de selecção dos actuais avaliadores APENAS pelo que fizeram (e nem sequer importava se fizeram bem ou mal) nos seus últimos 7 anos de serviço... ou seja, não utilizou nenhum critério de excelência que agora tanto defende e quer implementar.

Mais: apenas deixou concorrer quem estava num determinado escalão, onde se chegou por "tempo de serviço", tempo esse que, segundo o Primeiro Ministro e a Ministra da Educação, "nunca foi avaliado" (têm dito que nos últimos 30 anos não houve avaliação de professores, certo?). Para quem ainda não percebeu: o critério de acesso ao concurso a professor titular foi o tempo de serviço alcançado num sistema de progressão "automática e sem avaliação". Mas é a esses que agora se entrega a MISSÃO de avaliarem "os outros", num sistema que APENAS quer considerar a EXCELÊNCIA E O DESEMPENHO e não o "tempo de serviço"!

É incompreensível a lógica adjacente, é processualmente ridículo e contraditório... e é insustentável a sua defesa, para quem seja minimamente honesto, intelectualmente falando!

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Este é para emoldurar

Há muito tempo que apelo a que TODOS os Conselhos Executivos se demitam (pelo menos desde a demissão do CE do Agrupamento de Escolas Inês de Castro, em 2006), como uma das vias possíveis para "obrigar" a que o ME repense toda a sua política educativa e a sociedade portuguesa "acorde" para uma realidade que não é aquela que a "máquina de propaganda" do ex-PS e do Governo de Sócrates apresenta todos os dias nos meios de comunicação social.

Ora, isto não é uma demissão, mas é uma tomada de posição em que me revejo e que me anima. Este é um documento que eu vou imprimir e emoldurar! :)

Exmo. Senhor Primeiro-Ministro
Exma. Senhora Ministra da Educação
Exmo. Senhor Presidente da Assembleia da República
Com conhecimento ao Exmo. Senhor Presidente da República
Com conhecimento aos Exmos. Membros do Conselho Científico para a Avaliação Docente
Com conhecimento aos Grupos Parlamentares da Assembleia da República


A avaliação é uma prática indispensável para a valorização do trabalho docente.
Sem pôr em causa o princípio de que a avaliação é uma prática indispensável para a valorização do trabalho docente, tornou-se já por de mais evidente que a aplicação do novo sistema de avaliação de desempenho do pessoal docente, introduzida pelo Decreto Regulamentar nº 2/2008, de 10 de Janeiro, tem vindo a contribuir para a degradação das boas práticas conducentes à reconhecida qualidade de ensino que a Escola Pública vem alcançando com o contributo e o esforço do s seus professores.
Assim, as escolas têm-se confrontado com dúvidas e dificuldades que apontam para a impossibilidade de aplicar o sistema tal como está concebido, pelo que, em vez de constatarmos “a emergência de uma atitude de envolvimento e empenhamento” por parte dos docentes, como prevê o Conselho Científico para a avaliação dos professores, verificamos que existe nas nossas escolas um preocupante clima de cansaço, ansiedade, indignação e contestação dos professores e educadores, que está já a prejudicar seriamente o processo de ensino-aprendizagem.
Deste modo, vimos declarar o nosso profundo desacordo perante este modelo de avaliação, pelas razões que a seguir se enunciam:
1. A complexidade do modelo faz com que o processo da sua operacionalização esteja sempre inacabado, independentemente do tempo que se lhe possa dedicar.
2. Não é possível estabelecer procedimentos credíveis de observação que permitam medir a multiplicidade de itens de avaliação constantes nas diferentes fichas de avaliação, não só pelo seu grande número, como, sobretudo, pela sua própria natureza. Estes itens são, na sua grande maioria, eminentemente não objectiváveis. Parece ser uma missão impossível assegurar a precisão, credibilidade e fiabilidade do juízo avaliativo decorrente dos dados recolhidos, contrariando assim os critérios estabelecidos na Recomendação n.º 1/2008 do Conselho Científico para a Avaliação dos Professores (p. 2).
3. O trabalho que a aplicação deste modelo pressupõe, quer para avaliadores quer para avaliados, descentra o professor do desenvolvimento do ensino-aprendizagem. Assim, a própria aplicação da avaliação de desempenho docente contradiz uma das suas metas principais, a saber, a melhoria da qualidade das aprendizagens dos alunos (ponto 2, artigo 40.º do Decreto-lei 15/2007 de 19 de Janeiro).
4. A concretização deste modelo põe em perigo o clima de confiança e colaboração entre os diversos professores, com danos irreparáveis no trabalho de cooperação que tem vindo a ser desenvolvido na Escola.

Por tudo quanto foi dito, os subscritores, presidentes dos Conselhos Executivos de 55 Agrupamentos de Escolas e Escolas não Agrupadas do Distrito de Coimbra, em reunião realizada no dia 13 de Novembro de 2008, decidiram, por unanimidade, reclamar a suspensão deste modelo de avaliação e reclamar a necessidade de uma ponderação democrática que conduza a um modelo que esteja isento das limitações, arbitrariedades e injustiças que caracterizam o modelo em vigor, devendo antecipar-se em alguns meses a negociação com os parceiros sociais.

Cantanhede - Escola Secundária de Cantanhede
Cantanhede - Agrupamento de Escolas de Cantanhede
Cantanhede - Agrupamento de Escolas de Finisterra - Febres
Cantanhede - Agrupamento de Escolas de Gândara-Mar - Tocha
Coimbra - Escola Secundária da Quinta das Flores
Coimbra - Escola Secundária de Avelar Brotero
Coimbra - Escola Secundária de D. Dinis
Coimbra - Escola Secundária de D. Duarte
Coimbra - Escola Secundária de Jaime Cortesão
Coimbra - Escola Secundária Infanta D. Maria
Coimbra - Agrupamento de Escolas da Pedrulha
Coimbra - Agrupamento de Escolas de Alice Gouveia
Coimbra - Agrupamento de Escolas de Ceira
Coimbra - Agrupamento de Escolas de Eugénio de Castro
Coimbra - Agrupamento de Escolas de Inês de Castro
Coimbra - Agrupamento de Escolas de Martim de Freitas
Coimbra - Agrupamento de Escolas de São Silvestre
Coimbra - Agrupamento de Escolas de Silva Gaio
Coimbra - Agrupamento de Escolas de Taveiro
Condeixa-a-Nova - Escola Secundária Fernando Namora
Condeixa-a-Nova - Agrupamento de Escolas de Condeixa-a-Nova
Figueira da Foz - Escola Secundária de Cristina Torres
Figueira da Foz - Escola Secundária do Dr. Joaquim de Carvalho
Figueira da Foz - Agrupamento de Escolas da Zona Urbana Figueira da Foz
Figueira da Foz - Agrupamento de Escolas de Alhadas
Figueira da Foz - Agrupamento de Escolas de Buarcos
Figueira da Foz - Agrupamento de Escolas de Paião
Mira - Escola Secundária Drª Maria Cândida - Mira
Montemor-o-Velho - Escola Secundária de Montemor-o-Velho
Montemor-o-Velho - Agrupamento de Escolas de Arazede
Montemor-o-Velho - Agrupamento de Escolas de Carapinheira
Montemor-o-Velho - Agrupamento de Escolas de Montemor-o-Velho
Penela - Agrupamento de Escolas Infante D. Pedro
Soure - Agrupamento de Escolas de Soure
Arganil - Escola Secundária de Arganil
Arganil - Agrupamento de Escolas de Arganil
Arganil - Agrupamento de Escolas de Coja
Góis - Agrupamento de Escolas de Góis
Lousã - Escola Secundária da Lousã
Lousã - Agrupamento de Escolas de Álvaro Viana de Lemos
Lousã - Agrupamento de Escolas da Lousã
Miranda do Corvo - Agrupamento de Escolas de Miranda do Corvo
Miranda do Corvo - Agrupamento de Escolas Ferrer Correia
Oliveira do Hospital - Escola Secundária de Oliveira do Hospital
Oliveira do Hospital - Agrupamento de Escolas de Brás Garcia Mascarenhas
Oliveira do Hospital - Agrupamento de Escolas de Cordinha
Oliveira do Hospital - Agrupamento de Escolas do Vale do Alva
Pampilhosa da Serra - Agrupamento de Escolas de Escalada - Pampilhosa da Serra
Penacova - Agrupamento de Escolas de António José de Almeida
Penacova - Agrupamento de Escolas de S. Pedro de Alva
Tábua - Escola Secundária de Tábua
Tábua - Agrupamento de Escolas de Midões
Tábua - Agrupamento de Escolas de Tábua
Vila Nova de Poiares - Agrupamento de Escolas de Vila Nova de Poiares

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Ai são só duas folhinhas?

A propósito das "duas folhinhas" que apenas e só, são necessárias para a avaliação dos professores e que, evidentemente, só por "não quererem ser avaliados" é que andam para aí a manifestar-se, aqui está um pedido de autorização para "simplificar o processo" como a Sra. Ministra aconselhou... leiam, que vale a pena!

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Exma. Senhora

Directora Regional de Educação de Lisboa e Vale do Tejo

Maria Leonor Teixeira da Costa Lopes Varela, Professora Titular do Quadro de Escola da Escola Secundária de Maria Amália Vaz de Carvalho, em Lisboa, grupo 330, nomeada avaliadora, por delegação de competências, perante os esclarecimentos ontem dados pela Senhora Ministra da Educação, ao Canal "SIC Notícias", sobre a avaliação de Professores, vem solicitar informações sobre os seguintes pontos:

Enquanto avaliadora

A requerente tem sete avaliandos, distribuídos por dois grupos de docência. Já todos entregaram os respectivos objectivos individuais. Se os Professores têm apenas que entregar "duas folhinhas com os objectivos", como qualquer funcionário de uma qualquer empresa, pretende a requerente saber se deverá suspender todas as actividades subsequentes, nomeadamente:

As sete reuniões com os sete avaliandos, para discussão dos objectivos individuais com o Conselho Executivo;
A marcação das sete observações de aula previstas para o primeiro período;
A marcação das sete reuniões para análise e discussão dos respectivos planos de aula.
A análise crítica dos sete planos de aula para verificação sobre se enformam o espírito de:
· O Projecto Educativo;
· O Plano Anual de Actividades;
· Os programas das respectivas disciplinas e níveis de escolaridade (em média dois por avaliando, alguns dos quais a requerente nunca leccionou, o que perfaz, em média 14 conteúdos programáticos diferentes);
· A Planificação Anual das respectivas disciplinas e níveis;
· A Planificação Trimestral das respectivas disciplinas e níveis;
· A Planificação das Unidades didácticas das respectivas disciplinas e níveis;
A marcação das sete reuniões subsequentes, para discussão dos resultados da observação das respectivas aulas.

Enquanto avaliada

A requerente já discutiu os seus Objectivos individuais com
· A Avaliadora
· A Avaliadora e o Conselho Executivo.
·
Deverá, agora, suspender:
· A elaboração escrita entrega do Plano de Aula assistida?
· A entrega do mesmo?
· A assistência da aula?
· A elaboração do Portfólio de onde constam:
1. O Projecto Educativo da escola;
2. O Plano Anual de Actividades;
3. Os programas das disciplinas e níveis que lecciona:
4. A Planificação Anual das disciplinas e níveis que lecciona;
5. A Planificação Trimestral das disciplinas e níveis que lecciona;
6. A Planificação das Unidades didácticas das disciplinas e níveis que lecciona;
7. As grelhas de avaliação por que vai ser avaliada;
8. A redacção da reflexão crítica de todas as aulas que deu até ao momento;
9. A redacção da reflexão crítica de todas as leituras que fez até ao momento,
10. A análise dos resultados anteriores dos alunos, para verificação do cumprimento da taxa final de sucesso escolar.
11. Não constam as taxas de abandono escolar, por terem sido consideradas desprezíveis nesta Escola?
· Obviamente, a reunião marcada para discussão da observação da aula assistida?

Mais se solicitam esclarecimentos sobre
Se esta suspensão tem efeitos apenas para o presente período lectivo ou para todo o ano;
A verificar-se ao longo do ano, como deverá a requerente proceder
À avaliação dos sete avaliandos;
À sua própria avaliação.


Com os melhores cumprimentos,

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quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Mais uma escola a suspender a avaliação

Recebido por email, às 22:50:

Amigo Nelson

Os professores da Escola Secundária Dr. Francisco Fernandes Lopes, em Olhão, reunidos esta tarde, decidiram suspender o processo de avaliação.

Abraço

Miguel


Digamos que é mais uma escola onde - como diria a Ministra da Educação - "tudo decorre normalmente"! LOL

Abraço, Miguel... :)

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BE questiona Ministra

Bloco de Esquerda questiona Ministra da Educação sobre a aplicação informática criada pela DGRHE para inscrição dos objectivos individuais

Pergunta dirigida à Ministra da Educação, a 19 de Novembro de 2008

No quadro do processo de avaliação do desempenho docente, estabelecido através do Decreto Regulamentar n.º 2/2008, de 10 de Janeiro, os objectivos individuais a que se refere o Artigo 9.º “são fixados, por acordo entre o avaliado e os avaliadores, através de uma proposta do avaliado no início do período em avaliação, redigida de forma clara e rigorosa”.
Evocando a necessidade, “evidenciada pelas escolas (…) de dispor de uma ferramenta informática de apoio ao desenvolvimento da avaliação de desempenho dos docentes, que permita o registo e controlo, pela própria escola, dos procedimentos e fases do processo”, a Direcção Geral dos Recursos Humanos da Educação (DGRHE) disponibilizou recentemente a dita aplicação informática, acessível no endereço https://concurso.dgrhe.min-edu.pt/AvaliacaoDesempenho2008, que integra o sítio daquela Direcção Geral.

Nestes termos, o Ministério da Educação pretende que os docentes em processo de avaliação inscrevam os seus objectivos na base de dados desta aplicação centralizada na DGRHE, devendo “o avaliador do órgão de administração e gestão” aceder igualmente ao sistema, com vista à validação desses mesmos objectivos individuais. Esta disposição rompe com o entendimento de que a avaliação de desempenho se encontra centrada nas escolas e não possui qualquer quadro legal que a enforme e que torne obrigatória a utilização desta ferramenta informática.

Neste contexto, é presumível que a dita aplicação mais não visa do que intimidar os professores, contornando a esmagadora maioria de escolas que se opôs, de múltiplas formas, ao actual modelo de avaliação de desempenho.

Este mecanismo suscita, ainda, as mais sérias reservas quanto à sua legalidade, uma vez que, tratando-se de uma aplicação única e centralizada, não assegura o dever de sigilo e o carácter confidencial do processo de avaliação entre avaliado e avaliador, que diferentes diplomas regulamentam.

Com efeito, de acordo com os números 1 e 2 do Artigo 49.º do Estatuto da Carreira dos Educadores de Infância e dos Professores dos Ensinos Básico e Secundário, promulgado através do Decreto-Lei n.º 15/2007, de 19 de Janeiro, relativos às garantias do processo, “a avaliação tem carácter confidencial, devendo os instrumentos de avaliação de cada docente ser arquivados no respectivo processo individual”, ficando acrescidamente “todos os intervenientes no processo, à excepção do avaliado (…) obrigados ao dever de sigilo sobre a matéria”.

O próprio Decreto Regulamentar n.º 2/2008, no seu Artigo 3.º, é claro quanto ao enquadramento do processo de avaliação de desempenho docente, quer em relação ao Estatuto da Carreira Docente, quer em relação ao Sistema Integrado de Avaliação do Desempenho da Administração Pública (SIADAP), sublinhando a necessidade de salvaguarda dos requisitos de confidencialidade, conforme expresso no seu Artigo 6.º, número 3, onde se estabelece que, “sem prejuízo da existência de cópias na posse dos avaliadores ou em arquivos de segurança, os originais dos instrumentos de registo são arquivados, logo que preenchidos, no processo individual do docente, tendo este livre acesso aos mesmos”.

A implementação de uma aplicação centralizada de registo dos objectivos individuais causa portanto, neste contexto, a maior perplexidade e preocupação. Para todos os efeitos, passa a ser tecnicamente possível o acesso da tutela à informação constante desta base de dados relativa ao processo de avaliação de desempenho docente, tornando plausível o seu eventual uso para múltiplos fins, alguns dos quais potencialmente alheios ao próprio processo de avaliação. Refira-se, neste sentido, a estranheza acrescida de o endereço indicado pela DGRHE com vista ao acesso à aplicação informática se enquadrar no âmbito dos concursos, matéria que deveria inteiramente ser alheia ao processo de registo de objectivos individuais.
Assim, ao abrigo das disposições constitucionais e regimentais, requer-se à Ministra da Educação os seguintes esclarecimentos:

1º) Como tenciona V. Exca. superar a ilegalidade decorrente do facto de a aplicação informática desenvolvida pela DGRHE não assegurar os requisitos de confidencialidade e sigilo estabelecidos no Estatuto da Carreira Docente, no Decreto Regulamentar 2/2008 e no SIADAP?

2º) Ao abrigo de que quadro legal fundamenta V. Exca. a obrigatoriedade de preenchimento dos objectivos individuais através desta aplicação informática?

3º) Por que razão foi esta aplicação concebida de forma centralizada, permitindo o acesso da DGRHE aos dados nela constantes e quebrando assim o princípio, definido no quadro legal em vigor, segundo o qual o processo de avaliação se desenvolve no seio das escolas?

4º) Pretende o Ministério da Educação, através desta aplicação informática, ter acesso a dados que permitam identificar o grau de cumprimento da etapa de definição de objectivos individuais pelos docentes, reforçando deste modo o clima de intimidação existente, num contexto em que se levantam cada vez mais e mais fundadas reservas à adequação, utilidade e eficácia deste modelo de avaliação?

5º) Pretende o Ministério da Educação, perante a faculdade de acesso a informação confidencial que a aplicação informática permite, utilizar os dados nela constantes para efeitos relacionados com o próximo concurso de colocação de professores?

Palácio de São Bento, 19 de Novembro de 2008
A deputada,
Cecília Honório

(recebido por email às 19:25 h)

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terça-feira, 18 de novembro de 2008

Que sorte!

Recusa da avaliação trava acesso à categoria de titular

Assim por assim, como já deveria estar no 7.º escalão há vários anos e não passei do 6.º... pufffff... quero lá saber se não chegar à categoria de professor titular.

Mas, a propósito de "professor", "titular" e "categoria", três coisas eu sei:

1.ª - sou professor desde 1988, com um bacharelato, obtido numa Escola do Magistério Primário e, já agora, com uma licenciatura, obtida na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, desde 04/10/2000;

2.ª - pertenço a um Quadro de Escola desde 2006/2007 e sou "professor titular de turma"... o que, aliás, SEMPRE fui, sem interrupções;

3.ª - sou uma pessoa e um professor com categoria. E como diz o povo: "presunção e água benta, cada um toma a que quer"!... :)

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segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Instituto da Democracia Portuguesa - Avaliação dos Professores

(recebido por email)

Declaração do IDP sobre o "Processo de Avaliação dos Professores"

A avaliação é uma prática indispensável para a valorização de qualquer trabalho, nomeadamente a actividade docente, em que classificar e "dar notas" é intrínseco ao processo de ensino e aprendizagem.

O novo sistema de avaliação de desempenho do pessoal docente, introduzida pelo Decreto Regulamentar nº 2/2008, de 10 de Janeiro, baseia-se em modelos oriundos do mundo empresarial americano dos anos 70, introduzidos e espalhados nos relatórios do Banco Mundial e depois forçados para o interior do sistema educativo de vários países, entre os quais, e só agora, o Português.

Este Decreto vem na sequência da publicação do Decreto-Lei n.º 15/2007, de 19 de Janeiro sobre Estatuto da Carreira Docente dos Educadores de Infância e dos Professores dos Ensinos Básico e Secundário, em que a introdução lesiva da distinção entre professores titulares e não titulares fez tábua rasa do trabalho de toda uma geração de professores porque só contou para a progressão na carreira com a actividade docente posterior a 1999/2000.

Por seu turno, o Estatuto da Carreira Docente agrava os danos causados pelo decreto sobre o novo modelo de Gestão Escolar, pelo projecto de concursos para 2009, pela prova de ingresso na carreira, pelo Estatuto do Aluno, tudo peças de uma política que tem vindo a contribuir para a degradação da qualidade de ensino que a Escola Pública vem alcançando com o contributo e o esforço dos seus professores.

Com este conjunto de diplomas, o chamado "Ministério da 5 de Outubro" tem tratado os alunos como recipientes de uma esmagadora massa de conhecimentos sem coesão (número médio de disciplinas no 3º Ciclo é de 14) e de novas tecnologias desfasadas da aprendizagem de conteúdos (programas e-escola e e-escolinha); e tem tratado os professores como distribuidores de instrução, ignorando que a educação é um processo cultural e que professores e educadores são licenciados, ou seja, têm liberdade de ensinar, devendo os normativos, decretos e leis do Ministério ter um papel subsidiário perante esta missão central que é a sua dignidade.

Na perspectiva da esmagadora maioria dos agentes de ensino - como consta de declarações de centenas de escolas que suspenderam o processo de avaliação, de muitos movimentos de professores organizados na blogosfera, uma ferramenta da sociedade civil, dos vários sindicatos representativos da classe, incluindo o sindicato dos Inspectores da Educação e do Ensino subalternizados neste processo - em vez do "envolvimento e empenhamento" por parte dos docentes no ensino, como prevê o Conselho Científico para a avaliação dos professores, cresceram os sinais de um clima de cansaço, ansiedade, indignação e contestação dos professores e educadores, que está a prejudicar o processo de ensino-aprendizagem.

Essa contestação que já tivera uma expressão maciça no dia 8 de Março de 2008 com uma manifestação de cerca de 100.000 professores e educadores teve uma nova expressão na manifestação do dia 8 de Novembro, com cerca de 120.000 professores e educadores, numa classe que, em termos nacionais, tem cerca de 160.000. E, facto ignorado pela generalidade da comunicação social, a manifestação terminou com o entoar do hino nacional na Praça Marquês de Pombal, constituindo uma expressão de que nenhum sindicato, partido ou movimento se pode arrogar a condução desta movimentação que foi, simplesmente, de todos os professores portugueses.
Assim, o Instituto da Democracia Portuguesa, ouvidos os seus associados, declara o seu profundo desacordo perante este modelo de avaliação

1. Porque a complexidade e obtusidade do modelo faz com que a sua operacionalização esteja sempre inacabada, independentemente do tempo que se lhe dedique.

2. Porque não foram definidos procedimentos credíveis de observação para a avaliação dos numerosos itens constantes nas fichas de avaliação, em grande número, e eminentemente não objectiváveis.

3. Porque a aplicação deste modelo desfoca avaliadores e avaliados do desenvolvimento do ensino e, assim contradiz a melhoria das aprendizagens dos alunos (ponto 2, artigo 40.º do Decreto-lei 15/2007 de 19 de Janeiro).

4. Porque a aplicação deste modelo põe em perigo o clima de confiança e colaboração entre os diversos professores e destes com os conselhos executivos, com danos para professores, alunos e pais.

A responsabilização do chamado "Ministério da 5 de Outubro" pelo clima de tensão criado nas escolas exige a suspensão deste modelo de avaliação que só tem efeitos negativos sobre a qualidade da educação e o desempenho profissional dos docentes; e exige a construção de outro modelo de avaliação em diálogo com os parceiros sociais empenhados no processo educativo e sem as limitações, arbitrariedades e injustiças do actualmente em vigor,.

A Direcção do IDP
Lisboa, 14 de Novembro de 2008


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Eu aplaudo este texto e esta posição... de pé! E tu?

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domingo, 16 de novembro de 2008

Uma voz atenta

Há coisas que merecem ser ouvidas. Esta é, sem dúvida, uma delas:

Abismo - Crónica de Fernando Alves na TSF

Se já o admirava, de tantas e tantas vezes o ter ouvido durante os anos lectivos de 2006/2007 e 2007/2008, quando tinha "horário normal" e tinha de estar na escola às 9 h... agora nem sei que diga!

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sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Sindicato dos Inspectores toma posição

Carta Aberta do
Sindicato dos Inspectores da Educação e do Ensino ao
Senhor Secretário de Estado Adjunto e da Educação

Senhor Secretário de Estado

Não pode deixar de nos preocupar – enquanto inspectores da carreira técnica superior de inspecção da educação – a notícia inserta na página 9 do "Público" de hoje, 11 de Novembro, com o título "Governo não avança para já com processos disciplinares a quem recusar avaliação" – a serem autênticas as declarações que a agência "Lusa" lhe atribui, Senhor Secretário de Estado, e que o jornal transcreve. "O ministério da Educação não fará nada para aplicar esses processos [disciplinares] neste momento", terá dito o Senhor. Mesmo que tenha dito apenas isto, é óbvio que o Senhor Secretário de Estado já disse demais. Ao dizê-lo, faz recair sobre os docentes, ao mesmo tempo, uma ameaça e uma chantagem – e infecta com um acriterioso critério de oportunidade um eventual desencadeamento da acção disciplinar. Como se lhes dissesse: «"neste momento" ainda não vos posso apanhar, mas não esperam pela demora...». Por que é que "neste momento" o Ministério não fará nada?... Porque entende que "neste momento" a acção não é oportuna. E pode a tutela reger-se, nesta matéria, por critérios de oportunidade?... A resposta é: sim, pode. E quais são eles? Bem, as coisas aqui complicam-se, porque a resposta fica eivada de uma fortíssima carga subjectiva, uma vez que, nesta matéria, não estão taxativamente definidos limites que impeçam um elevado grau de discricionariedade. Digamos que, no essencial, mais do que por condicionantes legais, são as condicionantes éticas que devem filtrar a oportunidade do recurso a critérios de oportunidade. E é neste domínio que devem ser apreciadas as suas declarações, Senhor Secretário de Estado. Mesmo na hipótese de comportamentos de docentes poderem configurar infracção dolosa da lei – nada impede que, por critérios de oportunidade ou outros, se decida não agir disciplinarmente sobre eles, agora ou em qualquer altura. A própria lei consagra essa possibilidade. Mas para tal os critérios têm de ser transparentes e publicitáveis, sob pena de – no caso ora em apreço – a oportunidade servir de biombo ao oportunismo e a discricionariedade servir para esconder a arbitrariedade. Em rigor, não estando nós dentro da sua cabeça, não sabemos por que é que o Senhor Secretário de Estado entende que este não é "o momento", mas algo nos diz que este seu juízo de valor se relaciona com o facto de no passado dia 8 terem estado na rua 120.000 professores em protesto contra o Ministério da Educação…Por outro lado, quando e se "o momento" surgir, quem vai fazer o quê? Vão os Senhores Presidentes dos Conselhos Executivos, ou os Senhores Directores Regionais da Educação, ou a Senhora Ministra da Educação, instaurar processos disciplinares às centenas ou aos milhares?... Vamos nós, os Inspectores da Inspecção-Geral da Educação, instruir processos disciplinares às centenas ou aos milhares?... Isto é: vamos tentar resolver(!) pela via da acção disciplinar problemas que possuem a sua raiz claramente fora dela – correndo o risco de instrumentalizar e governamentalizar a Inspecção, sem honra nem glória para nenhuma das partes implicadas e, no limite, com prejuízos para todas elas? Não se pode pedir aos Inspectores da Inspecção-Geral da Educação que retirem do lume as castanhas que outros lá colocaram. Basta de alimentar fantasmas que Professores e Inspectores, e mesmo algumas tutelas, há muito lutam para que desapareçam, particularmente desde o 25 de Abril de 1974! O Senhor Secretário de Estado provavelmente desconhece – e para que o conhecesse bastava que lesse Camões – que uma lei não é justa porque é lei, mas porque é justa, e que o que há de mais permanente na lei é a sua permanente mudança, e que mesmo esta já não muda como "soía", e que, se assim não fosse, o Código do saudoso Hamurabi continuaria em vigor; o Senhor Secretário de Estado, se alguma vez o soube, esqueceu tudo o que leu do sempre presente Henry David Thoreau e da sua "desobediência civil". O que há de doloroso em tudo isto – e ainda mais num Ministério da Educação – é que, no fundo, estamos confrontados com um problema de cultura, ou de falta dela. Perante isto, os critérios de oportunidade, ou as suas declarações, Senhor Secretário de Estado, ou a potencial instrumentalização e governamentalização da Inspecção – tornam-se, a prazo, questões irrelevantes. Mas temos também a obrigação de, no imediato, sabermos lidar com a circunstância, e de compreendermos a gravidade que ela assume. Não questionando a legitimidade dos governos no quadro do Estado de direito democrático, a verdade é que, exactamente por esse quadro, as Inspecções da Educação são inspecções do Estado e não do governo, e não podem deixar de funcionar sob o registo de autonomia legalmente consagrado. Citando aquele que foi o primeiro Inspector-Geral (da então Inspecção-Geral do Ensino), "a Inspecção, isto é, cada Inspector, está condenada/o a ser a consciência crítica do sistema". Entre nós, Inspectores de todas as inspecções da educação, costumamos dizer que, não raramente, andamos "de mal com os homens por amor d’el-rei e de mal com el-rei por amor dos homens".
Uma exigência, Senhor Secretário de Estado: os Inspectores da educação querem ser parte da solução, não querem ser parte do problema. O Senhor Secretário de Estado e o Ministério da Educação – o que é que querem?...

Pel’A Direcção do S.I.E.E.

José Calçada
(Presidente)

Porto, Novembro, 11, 2008

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quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Alunos de Fafe

(recebido por email)

Sabem a melhor?

Os alunos de Fafe vão ter aulas de recuperação:
precisam melhorar a pontaria!...

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PS. Agora a sério: eu não alinho nisto de andar a "estragar ovos"... mas a verdade é que "aquilo" foi um caso pontual e sem significado... como a Ministra da Educação diz de cada vez que um(a) professor(a) leva "nas trombas" de um(a) aluno(a) ou de um(a) Encarregado(a) de Educação desvairado(a)... certo?

Ao Primeiro-Ministro gostaria de dizer que "lamentável" (só para usar a palavra que usou para adjectivar a forma como a Ministra da Educação foi recebida em Fafe) é ter havido professores doentes com cancro obrigados a trabalhar quase até à hora da sua morte! Ou, por causa de todas as transformações injustas e iníquas operadas no sistema educativo CONTRA os professores, muitos se terem sentido "forçados" a pedir a reforma antecipada, mesmo com centenas de euros de penalização! Ou, por causa do excesso de trabalho e por causa do absoluto desrespeito pelo direito a um horário de trabalho de 35 horas semanais, muitos já estarem completamente exaustos e em vias de "meter baixa"!...

Muito mais haveria a lamentar... mas fico-me por aqui. Se alguém quiser continuar na caixa de comentários... esteja à vontade!

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Os putos querem fazer estragos?

Estava no MSN a conversar com um amigo que está a leccionar em Olhão (olá Miguel), quando ele me passou o seguinte:

"Correu por diversas fontes a informação de que a ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, marcaria presença hoje numa escola de Olhão, para fazer a entrega de computadores Magalhães. A ministra acabou por não comparecer, mas os alunos de diversas escolas não contiveram a vontade de protestar contra as políticas da tutela, nomeadamente o estatuto do aluno, levando a cabo uma manifestação espontânea que se propagou por outros estabelecimentos de ensino. Dezenas de alunos da Escola EB. 2,3 João da Rosa dirigiram-se, ruidosos, à Escola Secundária Dr. Francisco Lopes, em Olhão, invadindo os espaços onde estavam a decorrer actividades lectivas. As aulas ficaram comprometidas, sendo que muitos dos alunos da secundária juntaram-se aos colegas mais novos e abandonaram as salas, saindo da escola para protestar. A GNR de Olhão colocou-se junto aos portões do estabelecimento de ensino, travando a entrada de muitas dezenas de alunos que ainda se encontravam no exterior. Foi uma confusão"!

Entretanto, o meu sobrinho mais velho (12 anos) tinha-me deixado no MSN a seguinte mensagem, enquanto eu jantava:

"Está na hora/está na hora/da Ministra ir embora.
Pessoal, ‘bora nos juntar e fechar as escolas de todo o país; greve nacional no dia 14 (temos 2 dias para organizar a maior greve de sempre) até que o regime de faltas seja alterado. Já começou no norte e agora vamos fazer com que se arraste por Portugal. Passa a mensagem. Todos juntos vamos conseguir."


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Começo a achar que vão ser os miúdos a derrubar a "Ministra"... hehehe...

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segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Vou explicar como se a Ministra fosse muito burra!

Depois de 120 mil professores/educadores nas ruas de Lisboa, a Ministra da Educação, cínica e sibilina, fez afirmações demasiado absurdas (e mentirosas) para as deixar passar sem resposta, digamos assim.

Pensei um pouco e tentei arranjar uma maneira de explicar à sr.ª Maria de Lurdes Rodrigues que, por exemplo, não é verdade que os professores não queiram ser avaliados, como fez questão de afirmar de novo.

Ora vamos lá ver se a sr.ª entende de uma vez por todas:

imagine que acorda, num belo sábado (por exemplo, num 8 de Novembro de 2008), um pouco mal-disposta e muito desgrenhada. Vá lá... não é assim muito difícil de imaginar, pois não?

Continue a imaginar que se olha ao espelho e que resolve, num segundo, que tem de ir à sua cabeleireira nessa mesma manhã, para cortar um pouco o cabelo e fazer uma madeixas... para aumentar a sua auto-estima e se sentir ainda mais bela e sedutora. E assim faz!

Mas imagine que o salão da sua amiga Cacilda está fechado (coitada, o sogro dela morreu a noite passada) e que a sr.ª tem de ir a outro salão!

Imagine que ao entrar noutro estabelecimento, que até lhe pareceu ter bom aspecto, diz à cabeleireira:

- Olhe, querida, quero que me faça aqui um corte ao meu cabelinho... que estou a precisar de me sentir melhor! Aqueles malditos sindicalistas andam a desviar os professorzecos do bom caminho, andam a incentivá-los a não cumprirem a Lei... e eu estou a ficar um pouco farta disto, estou a ficar um pouco nervosa. Preciso de me animar e nada melhor do que dar aqui um jeitinho ao meu rico cabelinho!

Imagine, sr.ª Maria de Lurdes Rodrigues, que a cabeleireira lhe pergunta:

- Tem a certeza que quer que lhe corte o cabelo?

Ora, obviamente, sabendo ao que se propôs nessa bela manhã, a sr.ª diria que sim!

Imagine que ela lhe respondia:

- Muito bem! Sente-se aí que eu faço-lhe já um "pente zero"!


Minha cara Maria de Lurdes Rodrigues: agora sou eu que me vou pôr a imaginar... que a sr.ª sairia dali imediatamente... e a pensar (com razão, concedo já) que a cabeleireira, simplesmente, "é doida"!

Agora deixo-lhe uma perguntinha: seria justo e verdadeiro, depois de uma cena destas, eu AFIRMAR que, afinal, a sr.ª NÃO QUERIA CORTAR O CABELO?!

Se mesmo assim não perceber o que lhe quis dizer COM ESTA HISTÓRIA DE "FAZ-DE-CONTA"... se não perceber o que é que isto tem a ver com a avaliação dos professores... com o modelo que a sr.ª e a sua equipa implementaram e com os motivos que levaram os professores a fazerem novamente uma gigantesca manifestação... avise-me... que eu mando-lhe o contacto do meu psiquiatra, para onde a sua política, o excesso de trabalho e as maldades de algumas pessoas me enviaram há já uns tempos! Ele pode não conseguir explicar-lhe, de um modo mais explícito, o que eu agora me esforcei para ser até entendido por um miúdo de 10 anos... mas, pelo menos, ele receita-lhe umas gotas que lhe farão bem aos olhos, aos ouvidos e à cabecinha (que imagino deva estar um pouco confusa com tanto ruído produzido pelos "zecos")!

Sempre ao dispôr
NP, um professor que quer cortar o cabelo... MAS NÃO A "PENTE ZERO"!

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domingo, 9 de novembro de 2008

Fada dos Dentes

A Fada dos Dentes chegou hoje! :)

Mas... não será que veio demasiado cedo? :)

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sábado, 8 de novembro de 2008

Desta vez só são 99999

Em Coimbra, no início do ano, foi assim:



Em Lisboa, na "Marcha da Indignação", dizem que fomos cem mil! Com muita pena minha, desta vez não poderei estar presente (só estou em espírito) naquele que espero seja outro grande momento histórico da luta dos professores contra a prepotência, a maldade e a incompetência de um Ministério de um Governo do "ex-PS"!



Oito meses depois, de modo claro, a avaliação que é feita pela classe docente à política educativa de José Sócrates e Maria de Lurdes Rodrigues redunda num claro "chumbo", sem nota mínima para poder "ir à oral". Sem qualquer hipótese de um "Plano de Recuperação"... sem qualquer hipótese de um "Apoio do Ensino Especial" (de que, aliás, centenas de alunos ficaram privados).

Espero que o povo português perceba finalmente que não podem ser apenas os professores a reprovar tal política!

Mário, desta vez... não há entendimentos, não há cedências, é lutar até ao fim, sem tréguas!... É com isso que contávamos em Março... é com isso que contamos agora!

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sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Bem prega Frei João...

Eis mais um dos muitos motivos por que há já muito tempo uso a expressão "ex-PS" quando me refiro a um tal de Partido Socialista (?!)...

Acho que a única maneira de Portugal ter a certeza que ainda existe o tal PS (aquele que o Manuel Alegre acredita que existe algures) é nas próximas eleições o povo português mandar o Eng. José Sócrates e o seu ex-Governo fazerem uma visita ao amigo Valente, para fazerem uma vistoria às diversas casas e garagens espalhadas pelas freguesias do concelho da Guarda, principalmente as tais cujas plantas o sr. eng. José assinou. Ah: e ficarem lá todos por 4 anos!

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